mensagem de ano novo

Um novo ano, novas oportunidades

"2022 seguirá marcado por incertezas e por uma retomada gradual. Precisamos estar cientes disso. Mas estar ciente deve ser diferente de estar desanimado ou sem fé. É necessário entender quais alternativas são viáveis, quais caminhos devem ser percorridos. Porque eles continuam existindo". Leia a mensagem de ano novo de João Carlos Paes Mendonça

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João Carlos Paes Mendonça

Publicado em 01/01/2022 às 0:10 | Atualizado em 06/01/2023 às 12:17
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Quem não tem passado, não tem presente e nem terá futuro. Sempre digo isso para os mais próximos e até já inseri essa citação em algumas publicações do Grupo que presido. Ela tem para mim muito significado. Somos o resultado da nossa trajetória. Mesmo que no meio do caminho tenhamos mudado a rota, fazemos isso a partir da consciência daquilo que já vivenciamos. Levamos conosco nossos valores, crenças, erros e acertos.

Respeitamos a história de quem nos ajudou, nos acolheu e nos ensinou. Hoje, trago aqui esse pensamento, no dia em que boa parte da humanidade deposita esperanças em um recomeço, por entender que, mesmo em menor proporção, cada virada de ano é nossa chance de construir um novo ciclo, diferente do anterior. Aproveitamos os ensinamentos do passado, trazemos conosco as referências recentes. Essa linha invisível entre o ano que encerra – o passado – e o ano que inicia – o futuro – tem a capacidade de nos encher de esperança. Mas, a crença em dias melhores não basta. Corre o risco de ser apenas uma ilusão. A esperança deve nos impulsionar, ser a energia invisível que nos move.

O Brasil – o eterno País do futuro – registrou durante 2021 indicadores tão alarmantes quanto tristes. Aumento da fome, com imagens chocantes; inflação alta em itens tão necessários, como arroz e feijão; consolidação de indicadores elevados de desemprego - que se manteve em torno dos 14%, sendo o dobro da média mundial, segundo estudos da agência Austin Rating. Tivemos ainda conflitos entre as esferas do Poder; tentativas constantes de descredenciar a ciência; e governantes sem visão global sobre as reais necessidades da população, além de estarem perdidos sobre qual caminho percorrer, para amenizar esse imenso e cruel sofrimento visto nas ruas.

A solidariedade entre as pessoas, algo que já havia marcado 2020, esteve novamente presente em 2021 e, certamente, salvou muita gente do desalento – um dos piores sentimentos que as pessoas e famílias podem cultivar. A falta de perspectiva tira a capacidade de pensar, de lutar e de buscar por dias melhores.

Sei o quanto é difícil manter o ânimo em meio a perdas de parentes, dificuldades financeiras, mercados incertos ou que se transformam a cada dia. Quem olha para o Grupo JCPM, na dimensão e solidez que hoje ocupa, não imagina o quanto já enfrentamos de dificuldades. Estamos constantemente olhando para nós mesmos, atentos à necessidade de novos ajustes, de correções e adequações, visando sempre aproveitar as oportunidades que o mercado oferece, e que sejam compatíveis com o nosso perfil e os nossos valores. É preciso ter serenidade e sabedoria para abandonar aquilo que envelheceu, tornou-se obsoleto, não serve mais. E isso nem sempre é uma tarefa fácil. Mas, só assim é possível partir com garra e com determinação para o novo.

O ano que se encerra marcou uma forte mudança na gestão do nosso Grupo, cujo objetivo foi e será sempre nos mantermos ainda mais conectados com as necessidades futuras. Não podemos parar. Nenhuma empresa ou profissional em qualquer atividade tem o direito de parar, acreditando numa imaginária completude: ela não existe. Fechamos 2021 sentindo nos nossos negócios relacionados ao varejo uma retomada gradual, um indicador positivo para a economia. Mas isso é ainda insuficiente. O avanço da vacinação foi, sem dúvida, uma ação que moveu mais pessoas para as ruas, e isso começou a atuar positivamente sobre a economia. No entanto, o caminho da normalidade ainda é longo.

Este ano que se inicia, além de desafios econômicos e sanitários que virão, será também o ano de escolhas de novos governantes. Sei que por vezes duvidamos da nossa capacidade de mudar, ou escolher o rumo do País. Mas, se tem um momento em que todos somos ouvidos de forma equânime, esse momento é nas urnas. Preparem-se para esse dia. Debatam, escolham pessoas cujos valores e prioridades sejam importantes para a coletividade.

2022 seguirá marcado por incertezas e por uma retomada gradual. Precisamos estar cientes disso. Mas estar ciente deve ser diferente de estar desanimado ou sem fé. É necessário entender quais alternativas são viáveis, quais caminhos devem ser percorridos. Porque eles continuam existindo. Podem ser diferentes, mas existem. Não podemos desistir. Aliás, se eu tiver que deixar alguma mensagem para cada leitor, essa mensagem seria a persistência. A sociedade como um todo também deve eleger suas prioridades e lutar por elas. A fome ainda será um dos problemas dos mais graves no dia a dia do nosso País, mas não temos o direito de cruzar os braços e permitir que ela seja banalizada. Seria o triunfo da injustiça. Seria o pior dos mundos. Devemos continuar firmes, cobrando que os governantes escolham prioridades verdadeiramente conectadas com as demandas mais urgentes da população. Sigamos em frente - pois a história deste ano e a nossa participação começam agora.

*João Carlos Paes Mendonça é presidente do grupo JCPM

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