Irã confirma ataque à base americana no Catar e diz que violações à integridade terão resposta
Forças Armadas do Irã confirmaram ataque à base americana de Al-Udeid, no Catar, a maior e mais estratégica dos Estados Unidos na região

O Irã lançou nesta segunda-feira, 23, ataques contra alvos americanos no Oriente Médio como retaliação ao bombardeio contra suas centrais nucleares feito pelos EUA no fim de semana.
As Forças Armadas do Irã confirmaram ataque à base americana de Al-Udeid, no Catar, a maior e mais estratégica dos EUA na região, que abriga o Comando Central americano. Ao menos 10 mil soldados e civis americanos servem no local.
A liderança militar iraniana também alertou que violações à sua "integridade territorial" terão resposta, em comunicado divulgado no Telegram.
"A base Al-Udeid foi alvejada com ataque de mísseis devastador e poderoso na operação Besharat Fatah. Essa base é o quartel-general da Air Force e o maior ativo estratégico do exército terrorista americano na região", afirmaram.
As Forças Armadas iranianas classificaram as bases americanas no Oriente Médio como uma "grande fonte de fraqueza" para os Estados Unidos. "Não vamos deixar qualquer ataque contra nossa integridade territorial, soberania e segurança nacional sem reposta, sob nenhuma circunstância", ressaltaram.
Em outro comunicado, o Conselho de Segurança Nacional Supremo do Irã prometeu atacar os EUA da mesma forma em que for atacado, ao comentar as ofensivas contra o Catar. "O número de mísseis usados nesta operação foi o mesmo número de bombas utilizadas pelos EUA ao atacar as unidades nucleares iranianas", afirmou, acrescentando que o país evitou mirar em áreas residenciais e urbanas.
"Esta não é uma ameaça ao nosso amigável Catar, continuamos comprometidos em manter nossa relação histórica e calorosa", disse o conselho iraniano, responsável por aprovar o ataque.
Irã avisou sobre ataques
O Irã afirma que entrou em contato com autoridades catarianas e avisou com antecedência que os ataques estavam por vir, a fim de minimizar as baixas, de acordo com três autoridades iranianas familiarizadas com os planos.
O Catar afirmou que suas defesas aéreas interceptaram com sucesso os mísseis iranianos. "Afirmamos que o Catar se reserva o direito de responder diretamente de maneira equivalente à natureza e à escala dessa agressão descarada, em conformidade com o direito internacional", disse Majed Al Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, em uma publicação no X.
O governo americano monitora a situação. "A Casa Branca e o Departamento de Defesa estão cientes e monitorando de perto as possíveis ameaças à Base Aérea de Al-Udeid, no Catar", disse a Casa Branca em nota. A base estava em alerta para ataques há dias, desde o início do confronto entre Israel e Irã.
O Catar anunciou que está suspendendo temporariamente o tráfego em seu espaço aéreo "para garantir a segurança dos cidadãos, residentes e visitantes".
Os Emirados Árabes Unidos tomaram uma medida similar. Os dois países servem como hub de aviação para rotas entre a Europa e a Ásia. Os iranianos disseram que o país vizinho não é alvo do ataque.
Presidente do Irã diz que não iniciou guerra, mas vai responder
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, voltou a ameaçar uma retaliação pelo ataque norte-americano a instalações nucleares do país persa no final de semana. "Não iniciamos a guerra nem a queríamos, mas não deixaremos a agressão contra o Irã sem resposta", afirmou, em publicação no X.
Pezeshkian se comprometeu ainda a defender a segurança do país "com todo o nosso ser" e a responder à cada "ferimento" com "fé, sabedoria e determinação".
Também nesta segunda-feira, 23, a conta do governo iraniano no X informou que o ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, teve "boa reunião" com o presidente russo, Vladimir Putin.
Ambos estão preocupados" com a consequências do ataque americano, de acordo com a publicação.