Israel deporta ativista brasileiro que estava em barco de ajuda humanitária a Gaza
Thiago Ávila estava entre os seis ativistas deportados; grupo tentava furar o bloqueio à Faixa de Gaza e relata maus-tratos durante detenção.

O governo de Israel informou nesta quinta-feira (12) que deportou mais seis ativistas internacionais que foram detidos no início da semana a bordo de um barco de ajuda humanitária que tentava chegar à Faixa de Gaza. Entre os deportados está o brasileiro Thiago Ávila.
O grupo também incluía a eurodeputada francesa Rima Hassan. Em uma postagem na rede social X, o Ministério das Relações Exteriores de Israel adotou um tom sarcástico ao anunciar a deportação, referindo-se à embarcação como o "'iate das selfies'". "Tchau-tchau - e não esqueçam de tirar uma selfie antes de partirem", escreveu a pasta.
Os ativistas estavam a bordo do barco "Madleen", que foi apreendido pela marinha israelense na manhã de segunda-feira (9).
A embarcação, com 12 passageiros no total, incluindo a ativista climática Greta Thunberg, tentava romper o bloqueio israelense para entregar uma carga simbólica de ajuda humanitária. Thunberg e outros três tripulantes já haviam sido deportados na terça-feira.
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Alegações de maus-tratos
A Adalah, uma organização local de direitos humanos que representa os ativistas, denunciou que eles foram submetidos a "maus-tratos, medidas punitivas e tratamento agressivo" durante a detenção. Segundo o grupo, dois voluntários chegaram a ser mantidos em confinamento solitário. As autoridades israelenses não comentaram as alegações, afirmando apenas que tratam os detidos de acordo com a lei.
A Coalizão da Flotilha da Liberdade, organizadora da missão, afirmou que o objetivo era protestar contra o bloqueio a Gaza, imposto por Israel e Egito desde 2007, e contra a campanha militar em andamento no território, que, segundo especialistas, levou a população à beira da fome.
Israel justifica o bloqueio como uma medida de segurança necessária para impedir que o grupo Hamas importe armamentos. Críticos, no entanto, veem a medida como uma forma de punição coletiva contra os cerca de 2 milhões de palestinos que vivem em Gaza.
Os dois últimos ativistas que estavam no barco devem ser deportados nesta sexta-feira (13).
Com informações da Associated Press.