Netanyahu diz que Israel matou Mohammed Sinwar, líder do Hamas na faixa de Gaza
Mohammed Sinwar era um dos terroristas mais procurados por Israel. Netanyahu já havia dado a entender que ele havia sido alvo de bombardeios

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu afirmou nesta quarta-feira, 28, que Israel matou Mohammed Sinwar, líder do Hamas, aparentemente confirmando sua morte em um recente ataque aéreo a um hospital na Faixa de Gaza. O jornal israelense Haaretz informou que oficiais de defesa israelenses não confirmaram a informação do premiê.
Em discurso perante o Knesset, o Parlamento israelense, Netanyahu incluiu Sinwar em uma lista de líderes do Hamas mortos por Israel no território devastado pela guerra. O grupo terrorista, no entanto, ainda não se manifestou confirmando a morte.
Mohammed era irmão de Yahya Sinwar, então líder do Hamas e um dos mentores do ataque de 7 de outubro de 2023, que foi morto pelas forças israelenses no ano passado.
Mohammed Sinwar era um dos terroristas mais procurados por Israel atualmente. Netanyahu já havia dado a entender que ele havia sido alvo de bombardeios israelenses a um hospital no sul de Gaza em 13 de maio.
"Eliminamos Mohammad Deif, Ismail Haniyeh, Yahya Sinwar e Mohammed Sinwar", disse no parlamento nesta quarta, listando os quatro últimos líderes do Hamas.
ENTRADA DE ALIMENTOS
Um palestino morreu e outros 48 ficaram feridos durante uma distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza feita por uma fundação apoiada por Israel e pelos Estados Unidos e que tem provocado críticas da ONU. Uma multidão se aproximou dos centros de distribuição na terça-feira, 27, e foi recebida com tiros pelo Exército israelense, informou o ministério da Saúde de Gaza controlado pelo Hamas.
Após quase três meses de bloqueio israelense à entrada de qualquer ajuda humanitária, o que levou à escassez de alimentos e de remédios no território, milhares de palestinos correram para receber os primeiros suprimentos da iniciativa israelense chamada de Fundação Humanitária de Gaza em um centro de distribuição no que restou da cidade de Rafah.
Em meio a empurrões e tumulto, alguns acabaram rompendo as cercas do local, o que levou soldados israelenses a dispararem tiros de advertência, segundo o Exército de Israel.
O episódio levantou ainda mais questionamentos sobre a mais recente tentativa de Israel de reformular a entrega de ajuda aos habitantes de Gaza, em uma ação que líderes israelenses dizem ser para enfraquecer o Hamas. A ONU e muitos outros grupos humanitários boicotaram a iniciativa, que também provocou indignação entre vários aliados ocidentais de Israel.
A iniciativa israelense surge em meio à crescente condenação internacional diante das ameaças de Israel de lançar uma nova ofensiva terrestre contra o Hamas. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, prometeu que a campanha militar planejada será um golpe decisivo contra o Hamas.
CESSAR-FOGO
O Hamas afirmou nesta quarta-feira ter alcançado um acordo com o enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, sobre "um quadro geral para um cessar-fogo permanente" na Faixa de Gaza. Segundo o grupo, o entendimento prevê "grandes esforços para pôr fim à guerra brutal contra a Faixa de Gaza".
De acordo com o Hamas, o acordo delineado com Witkoff inclui fluxo de ajuda humanitária, cessar-fogo permanente, gestão profissional dos assuntos do território e a "retirada completa das forças de ocupação Israel da Faixa de Gaza imediatamente após o anúncio do acordo".
O comunicado afirma ainda que está prevista uma troca de prisioneiros. O Hamas anunciou a libertação de "dez prisioneiros israelenses e a entrega de alguns corpos", em troca da soltura de "um número acordado de prisioneiros palestinos, sob garantia dos mediadores".
Nesta quarta, em coletiva de imprensa ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump, Witkoff afirmou que tem "boas expectativas sobre o cessar-fogo temporário em Gaza". Os termos do acordo ainda precisam ser enviados e aceitos por Israel.