Trump confronta Ramaphosa e fala em 'genocídio branco' durante reunião na Casa Branca
Entrevista coletiva que antecedeu a reunião a portas fechadas foi marcada por momentos de tensão quando Trump confrontou o líder sul-africano

Com informações de Estadão Conteúdo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta quarta-feira, 21, o líder sul-africano, Cyril Ramaphosa, na Casa Branca, para uma reunião bilateral.
Ramaphosa afirmou que quer restaurar a relação com os americanos, avançar em acordos comerciais e estreitar os laços econômicos entre os dois países.
"Queremos discutir como promover investimentos nos dois países. Nós temos minérios críticos que os EUA podem precisar para impulsionar ainda mais sua economia", disse o sul-africano.
Trump, por sua vez, mencionou "grandes acordos" em andamento com Índia e Paquistão, além de comentar novamente sua conversa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ocorrida na segunda-feira: "fizemos muito progresso."
Discussão sobre "genocídio branco"
A entrevista coletiva que antecedeu a reunião a portas fechadas, no entanto, foi marcada por momentos de tensão quando Trump confrontou o líder sul-africano sobre alegações de um suposto "genocídio branco" no país africano.
O presidente norte-americano pediu que seus assessores exibissem, no Salão Oval, um vídeo de sul-africanos supostamente incitando a morte de fazendeiros brancos.
Ele pressionou Ramaphosa com acusações de que o país adota uma retórica "anti-brancos" - afirmação prontamente rebatida pelo presidente da África do Sul.
Durante a coletiva, um repórter perguntou sobre um avião doado pelo Catar aos EUA.
Trump reagiu atacando a emissora: "A NBC só sabe fazer 'fake news'. Você é uma desgraça", respondeu, antes de retomar o tema da África do Sul, ao qual se referiu como "assassinato em massa de fazendeiros brancos".
"Esses fazendeiros não são negros. Eles estão sendo mortos e tendo suas terras tomadas", afirmou, enquanto Ramaphosa tentava esclarecer que nem todas as vítimas eram brancas.
"Temos um assunto importante e esse idiota quer mudar o tema", disse Trump, falando sobre o jornalista.
Ramaphosa ainda convocou o ministro da Agricultura, John Steenhuisen, "que é branco e que era da minha oposição", frisou, para ressaltar que a maioria dos fazendeiros "quer continuar lá".
Críticas de Trump à reforma agrária
Trump reiterou durante o encontro suas críticas à lei de reforma agrária da África do Sul, que busca reparar as injustiças históricas do apartheid e permite a expropriação de terras sem compensação, embora sujeita a revisão judicial.
O presidente americano acusa o país de confiscar terras de fazendeiros brancos e de fomentar a violência contra eles com "retórica odiosa e ações governamentais".
Com base nessas alegações, o governo dos EUA cancelou ajuda à África do Sul, expulsou o embaixador do país e ofereceu refúgio à minoria branca africâner, alegações que a África do Sul considera infundadas.
Recentemente, em 12 de maio, um grupo de 59 sul-africanos brancos chegou aos Estados Unidos como refugiados, apesar da posição do governo sul-africano de que o grupo não sofre perseguição que justifique o status.
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