Senadores dos EUA pedem investigação sobre inclusão de jornalista em chat secreto sobre ataques no Iêmen
Apesar da Casa Branca reconhecer o erro no vazamento de informações, o presidente Trump minimizou o caso, classificando-o como uma "caça às bruxas"

Senadores americanos, um democrata e um republicano, exigem investigação sobre a inclusão de um jornalista em um chat secreto na plataforma Signal, onde altos funcionários discutiam ataques contra os huthis no Iêmen.
Em carta conjunta, o senador republicano Roger Wicker, presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado, e o democrata Jack Reed, membro sênior da mesma comissão, solicitaram ao inspetor-geral do Pentágono uma investigação sobre a falha de segurança.
"Solicitamos que realize uma investigação sobre os fatos e circunstâncias" que levaram à inclusão do jornalista, diz a carta.
A revista The Atlantic publicou trechos da conversa, à qual seu editor-chefe, Jeffrey Goldberg, foi adicionado por engano.
Mike Waltz, assessor de Segurança Nacional, incluiu Goldberg em um grupo de mensagens com o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o vice-presidente JD Vance e chefes da inteligência e da CIA.
A oposição democrata alega que a falha de segurança colocou em risco a vida de soldados americanos e pede a renúncia do chefe do Pentágono por compartilhar detalhes de um ataque planejado no Iêmen.
O presidente Donald Trump classificou o caso como uma "caça às bruxas", mas declarou a jornalistas que não está preocupado com uma possível investigação no Congresso.
Senadores Apontam Falha Grave na Segurança
Na carta, Wicker e Reed enfatizam a necessidade de investigar os "fatos e circunstâncias" da falha de segurança.
"Se for verdade, este artigo levanta dúvidas sobre o uso de redes não seguras para discutir informações confidenciais e secretas de defesa", afirmam os senadores.
Wicker já havia declarado que as informações compartilhadas deveriam ter sido "classificadas".
Casa Branca Reconhece o Erro
"Nunca negamos que tenha sido um erro", reiterou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Waltz assumiu publicamente a "responsabilidade" por adicionar o jornalista ao chat.
Sem Investigação Criminal à Vista
A procuradora-geral Pam Bondi afirmou que há poucas chances de uma investigação criminal sobre a falha de segurança.
"Era informação sensível, mas não classificada, e foi revelada por engano", explicou Bondi, elogiando o sucesso dos ataques americanos contra os huthis em 15 de março.
"A missão foi um grande sucesso", enfatizou.
EUA Mantêm Pressão no Mar Vermelho
Washington prometeu usar toda a força necessária para impedir que os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, ataquem navios nas rotas comerciais do Mar Vermelho.