Rússia e EUA concordam com suspensão dos ataques a centrais elétricas, gasodutos e refinarias
Esta trégua de 30 dias foi anunciada em 18 de março pelos presidentes Vladimir Putin e Donald Trump, mas nunca chegou a ser realmente aplicada

O Kremlin declarou nesta terça-feira (25) que a trégua sobre os ataques a infraestruturas energéticas na Ucrânia e na Rússia, discutida com os Estados Unidos, diz respeito particularmente a refinarias, gasodutos e centrais elétricas.
Esta trégua de 30 dias foi anunciada em 18 de março pelos presidentes Vladimir Putin e Donald Trump, mas nunca chegou a ser realmente aplicada, já que Kiev e Moscou se acusaram mutuamente de continuar os ataques.
Segundo um comunicado da presidência russa, a lista de instalações afetadas foi "acordada entre a Rússia e os Estados Unidos".
Entre as infraestruturas estão refinarias de petróleo e gasodutos, locais que são alvo quase semanal de ataques de drones ucranianos em território russo.
Também estão incluídas as centrais elétricas, transformadores e subestações, que a Rússia tem atacado com frequência na Ucrânia, provocando enormes cortes de energia.
Por último, estão as usinas nucleares e as represas hidrelétricas, infraestruturas especialmente sensíveis, que Kiev e Moscou se acusaram repetidamente de atacar nos últimos três anos.
A presidência russa esclareceu que "em caso de violação da moratória por uma das partes, a outra poderá considerar-se liberada da obrigação de respeitá-la".
A trégua também pode "ser prorrogada mediante acordo mútuo".
Críticas de Zelensky
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, criticou nesta terça-feira (25) as declarações do enviado da Casa Branca, Steve Witkoff, que recentemente elogiou o presidente russo, Vladimir Putin, e pareceu legitimar a anexação russa de algumas províncias ucranianas.
Os comentários de Witkoff, em uma entrevista ao apresentador de podcast de direita Tucker Carlson, foram considerados em Kiev como mais um sinal do quanto alguns membros da administração do presidente Donald Trump se distanciaram da Ucrânia e se aproximaram da Rússia.
"Muitas das informações divulgadas por algumas pessoas e pela pessoa que você mencionou (...) estão muito alinhadas com as mensagens do Kremlin", declarou Zelensky ao ser questionado sobre a entrevista de Witkoff.
O enviado de Trump afirmou que "há uma opinião dentro da Rússia de que esses são territórios russos."
Witkoff citou uma série de referendos que a Rússia realizou em territórios ocupados, que pretendiam demonstrar apoio ao governo de Moscou, mas que a Ucrânia e grande parte da comunidade internacional consideraram ilegítimos.
"Ninguém pode legitimar esses referendos porque foram realizados sob a mira de armas", afirmou Zelensky, acrescentando que "ninguém reconhece esses territórios como russos".