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Furacão Ian segue para a Flórida após causar destruição em Cuba

O poderoso furacão Ian atravessou o oeste de Cuba na madrugada desta terça-feira (27)

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Amanda Azevedo

Publicado em 27/09/2022 às 16:58 | Atualizado em 27/09/2022 às 17:02
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O poderoso furacão Ian atravessou o oeste de Cuba na madrugada desta terça-feira (27), causando danos como árvores e postes caídos e telhados arrancados, mas até agora não foram reportadas vítimas.

O centro do furacão deixou o território às 09h50 locais (10h50 em Brasília), nas imediações de Puerto Esperanza", informou o Instituto de Meteorologia de Cuba (Insmet).

Mesmo após o olho do furacão deixar a ilha, várias cidades do oeste, entre elas, Havana, ainda enfrentavam ventos de 208 km/h e fortes chuvas.

Cerca de 40 mil pessoas foram retiradas de suas casas em Pinar del Río até a madrugada de terça-feira. Os meios locais mostraram imagens das casas sem telhado, alagadas e com objetos destruídos.

"Desolação e destruição. Vivemos horas de terror. Aqui não sobrou nada", disse um homem de 70 anos, morador de Pinar del Río, a um jornalista da televisão local, que divulgou o vídeo nas redes sociais.

Alguns minutos antes do furacão tocar o solo em Cuba, o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos informou que a tempestade registrava ventos de 185 quilômetros por hora, com rajadas até 200 km/h.

Em uma tenebrosa noite também na vizinha Artemisa, os moradores ficaram sem energia elétrica, cortada preventivamente, mas também devido aos danos a 315 circuitos nesta região, segundo um funcionário do setor.

Na capital foram registradas chuvas e fortes ventos. O prefeito de Havana Velha, Alexis Acosta, reportou dois deslizamentos parciais entre as construções centenárias que muitas vezes cedem às chuvas devido à situação precária em que se encontram.

"O som era ensurdecedor", disse uma jornalista da televisão estatal.

O Ian arrasou as plantações do município de San Juan y Martínez, importante produtor de folha de tabaco, apesar das tentativas dos agricultores de proteger seus cultivos.

Em Consolación del Sur, Caridad Fernández, de 65 ans, observa sua casa alagada, seus colchões molhados e as telhas derrubadas pelo furacão.

"Perdemos tudo, mas temos que manter a fé na vida, e isso temos. Para tudo há um jeito, menos a morte", disse a mulher com olheiras após uma noite difícil.

- Fortes chuvas e ventos -

No estado da Flórida, sul dos Estados Unidos, os moradores também se prepararam para a chegada do Ian, após um alerta do NHC.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, declarou estado de emergência em 67 condados.

"Durante a noite e esta manhã, algumas projeções indicavam sua chegada à terra ao sul da baía de Tampa", disse o governador em coletiva de imprensa nesta terça, acrescentando que o furacão poderia tocar a terra em Sarasota.

"É preciso entender que os impactos serão muito maiores" com "inundações catastróficas e ressacas que ameaçam vidas", indicou.

O Ian tem "um potencial histórico de ressacas e inundações", insistiu, ao solicitar à população que atenda "às ordens de evacuação".

O furacão "trará fortes chuvas, ventos fortes, inundações repentinas, tempestades... ao longo da costa do Golfo da Flórida", afirmou DeSantis na segunda-feira em entrevista coletiva em Tallahassee.

Quase 5.000 membros da Guarda Nacional se uniram aos 2.000 soldados do Tennessee, Geórgia e Carolina do Norte para ajudar a combater o ciclone, informou o governador.

Em cidades como Miami, Fort Lauderdale e Tampa, as autoridades distribuíram sacos de areia entre os moradores para reforçar a proteção contra as inundações.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou estado de emergência na Flórida, o que permite liberar fundos de ajuda federal.

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