Europa volta a ligar alerta

CORONAVÍRUS Aumento de casos na Espanha deixa demais países assustados e novas medidas de isolamento são adotadas

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
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ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
Publicado em 27/07/2020 às 6:00
TOLGA AKMEN/AFP
Segundo o governo britânico, a nova variação do vírus gerou "um aumento muito forte" das hospitalizações em dezembro - FOTO: TOLGA AKMEN/AFP
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BRUXELAS — Em meio a um aumento de surtos de covid-19 em vários países europeus, o Reino Unido anunciou que residentes que voltarem da Espanha a partir da 0h de domingo terão que se isolar totalmente em casa por duas semanas.

O governo britânico também desaconselhou viagens não essenciais ao país ibérico, que nesta semana viu ressurgirem focos de infecção por coronavírus em três regiões: Aragão, Galícia e, principalmente, na Catalunha.

Quase 8.000 casos foram diagnosticados na região nos últimos 14 dias, quase a metade dos 16.410 novos contágios registrados na Espanha. O número diário de novos casos no país vinha caindo desde o começo de maio, mas voltou a crescer para cerca de 900 por dia.

França, Alemanha e Bélgica também anunciaram um aumento no número de novos casos e na taxa de transmissão (que indica para quantas pessoas em média cada infectado transmite o vírus).

Na quinta, o governo francês informou mais de 1.000 novos casos diários, a maior parte afetando idosos, mas com alta entre jovens adultos, por causa da redução no distanciamento físico e outros cuidados contra o contágio.

Durante o verão e as férias, pode parecer artificial cumprimentar-se e conversar à distância, mas esse esforço individual é crucial para impedir que a epidemia se recupere e afete nossa liberdade, afirmou comunicado do Ministério da Saúde.

Na Alemanha, o Instituto Robert Koch (agência de saúde) registrou 815 novos casos na sexta, contra 583 na semana passada e 395 na semana anterior, e pesquisadores afirmaram que está ocorrendo aumento entre a população, e não apenas em frigoríficos e outros locais pontuais.

Na Bélgica, a média de novos casos por semana quase dobrou, com 85% dos novos casos diagnosticados em pessoas com menos de 60 anos. O governo, que adiou a passagem para uma nova fase de relaxamento das medidas de combate ao contágio, anunciou que uma menina de três anos se tornou a vítima mais jovem do coronavírus no país.

Um número maior de infecções diárias também preocupa a Áustria, onde o governo retomou o uso obrigatório de máscaras nas lojas na última sexta. Nosso lema permanece o mesmo: tanta liberdade quanto possível, tantas restrições quanto necessárias, afirmou em mídia social o premiê austríaco, Sebastian Kurz.

Segundo cálculos do Imperial College na semana passada, Espanha, Itália, Bélgica e o próprio Reino Unido registram taxa acima de 1, o que indica que o contágio está se acelerando.

Além da Espanha, o Reino Unido exige quarentena de 14 dias de todos os que chegam de países com transmissão ainda alta, como Brasil, Estados Unidos, Portugal, Suécia, Sérvia e Rússia.

Na sexta, o governo francês também desaconselhou viagens à Espanha e a Noruega estabeleceu quarentena de dez dias para quem chega do país, restrições que podem prejudicar a economia espanhola, que tem mais de 11% de sua atividade baseada em turismo.

PELO MUNDO

O mundo passou de 16 milhões de infecções confirmadas por covid-19, ontem, metade delas no continente americano. Desde o início de julho, os contágios confirmados aumentaram e já superam os cinco milhões de novos casos, ou seja, quase um terço do total registrado desde dezembro. Além disso, a pandemia também deixa mais de 645.000 mortos.

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