Coronavírus

Brasileira é casada com substituto do primeiro-ministro inglês

Ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, que substituirá Boris Johnson internado em terapia intensiva por Covid-19, é casado com Erika Rey-Raab, uma brasileira executiva de marketing

JC
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Publicado em 06/04/2020 às 20:01
Foto: David Graeme-Baker / reprodução
Erika Rey-Raab é casada com o ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, que substituirá Boris Johnson - FOTO: Foto: David Graeme-Baker / reprodução

O ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, que substituirá Boris Johnson internado em terapia intensiva por Covid-19, é um liberal que surgiu na ala mais à direita do Partido Conservador e que agora assume a liderança do governo em meio à crise provocada pela pandemia.

Filho de um judeu checo que chegou à Grã-Bretanha em 1938 aos 6 anos como refugiado, Raab é casado com Erika Rey-Raab, uma brasileira executiva de marketing com quem tem dois filhos, Peter e Joshua.

Seu pai morreu de câncer quando Dominic tinha 12 anos e sua mãe o criou na Igreja Anglicana.

Segundo o tablóide britânico The Sun, O casal se conheceu em 2002, logo após a Copa do Mundo em que a Inglaterra foi eliminada pelo Brasil nas quartas de final.

"Ele realmente cometeu um grande erro. Foi uma semana depois que o Brasil tirou a Inglaterra da Copa do Mundo e ele perguntou se eu era da Argentina. Se você é do Brasil, é ruim", disse Erika em uma entrevista de 2019.

Segundo o jornal, Erika trabalha em Marketing e chegou a trabalhar no Google, de onde saiu no início do ano.

Sobre como se conheceram, a brasileira disse ao The Sun foi amor à primeira vista."Minha melhor amiga é casada com o melhor amigo dele, o que é bem legal."

Após se conhecerem Erika se mudou para Madri e o casal engatou um relacionamento à distância na ponte aérea entre Londres e a capital espanhola. Dois anos depois, Dominic fez a proposta de casamento, no Natal de 2004, "mas a data do casamento é desconhecida", diz o jornal.

DOMINIC RAAB

 Advogado eurocético, Raab foi uma das figuras mais proeminentes do processo caótico e divisivo do Brexit, finalmente realizado por Johnson no final de janeiro, graças a uma esmagadora maioria parlamentar alcançada nas eleições de dezembro.

Raab, de 46 anos, chegou ao governo conservador pelas mãos de Theresa May, que em julho de 2018 o incumbiu de administrar a difícil saída da Grã-Bretanha da União Europeia após a renúncia do ex-ministro do Brexit David Davis, seu ex-mentor.

No entanto, quatro meses depois, esse fã de karatê - uma modalidade esportiva na qual tem faixa preta - e boxe, acerou um duro golpe na ex-primeira-ministra, quando também deixou o cargo.

"Você precisa de um ministro do Brexit que possa defender o acordo com convicção", escreveu em sua carta de demissão, referindo-se ao texto negociado com Bruxelas, que para eurocéticos como ele era uma rendição à UE.

Ele estudou direito na Universidade de Oxford e depois obteve um mestrado na Universidade de Cambridge.

Foi advogado internacional no escritório de advocacia de Londres Linklaters, antes de ingressar no Foreign Office (chancelaria britânica) em 2000 como consultor.

Em 2003, foi designado para Haia para liderar uma equipe do Ministério das Relações Exteriores na área dedicada a levar criminosos de guerra à justiça, incluindo o sérvio Slobodan Milosevic, o sérvio-bósnio Radovan Karadzic e o liberiano Charles Taylor.

De 2006 a 2008, trabalhou como chefe de gabinete de Davis quando era porta-voz do Interior no Partido Conservador de May, então na oposição.

Davis, reservista das forças especiais, disse que o contratou em parte por sua disciplina de atleta.

"Dominic é muito leal", disse em 2014, de acordo com o Sunday Times, "é muito duro e sensato. Ele não é intimidado, é claro em pensamentos. Você não pode intimidá-lo", acrescentou.

Raab entrou no Parlamento em 2010, ocupando a sede do distrito eleitoral altamente conservador de Esher e Walton, no sudoeste de Londres, e um ano depois foi eleito o melhor novo deputado nos prêmios políticos da revista The Spectator.

Em 2015, foi nomeado Secretário de Estado das Liberdades Civis, mas perdeu a posição com a renúncia de David Cameron devido ao resultado do referendo de 2016 na UE, no qual o jovem político fez campanha pelo Brexit.

Em 2017, May o levou para cargos secundários no governo e em julho o promoveu para uma das posições mais temidas em Londres, ministro do Brexit.

Essa intensa experiência profissional fez dele um dos candidatos contemplados para um dia suceder a enfraquecida May como líder do Partido Conservador Britânico e talvez primeiro-ministro.

Agora, chega ao poder, ainda que provisoriamente, pressionado pelo novo coronavírus que levou Johnson a ser internado em terapia intensiva.

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