Assistolia fetal
Assistolia fetal consiste num procedimento que interrompe os batimentos cardíacos do feto por meio de uma injeção de cloreto de potássio
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PADRE BIU
DE ARRUDA
Assistolia fetal, nos tempos vigentes, tem gerado debates acalorados. Não poderia ser diferente, pois é uma ação que suprime a vida humana intrauterina, na sua inviolabilidade e sacralidade. Nunca seria humana se não fosse desde o momento da concepção. Vida humana que um dia já foi uma célula com toda a potencialidade da força natural. Um ser humano único e irrepetível, desejado por Deus desde a eternidade. “Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci" (Jeremias 1, 5). Isso indica que Deus tem um plano para cada um de nós. Afinal, cada ser humano é uma fagulha do amor eterno, pois, no momento da concepção, Deus infunde as suas digitais, dizendo que essa vida lhe pertence, por isso, deve ser respeitada e amada.
Mas afinal, o que é assistolia fetal? Em poucas palavras, consiste num procedimento que interrompe os batimentos cardíacos do feto. A ação acontece por meio de uma injeção de cloreto de potássio, que resulta na parada das batidas do coração. Ora, se almeja parar o coração, logo, estamos falando de um ser humano inocente e vivo. E mais: praticamente formado, esperando apenas e tão somente o tempo gestacional para vir ao mundo externo.
É de lamentar que, diante de tal atrocidade, há quem diga que isso é uma interrupção da gravidez. A ação é tão aterrorizante que se recorre a um eufemismo para suavizar. Por que não dizer que é matar um ser humano inocente? É preciso que haja honestidade intelectual para reconhecer que a assistolia fetal é uma ação criminosa. A ação é tão macabra que evita que o feto (a vida intrauterina) nasça com vida, como se houvesse alguma diferente em matar no ventre materno ou fora dele.
Como é sabido de quase todos, esse método macabro é usado a partir da vigésima segunda semana de gestação, no entanto, independentemente de qualquer idade gestacional é sempre uma prática horrenda. A partir do momento da aplicação do cloreto de potássio no coração do feto (todo formado), aquele órgão para de bater. A injeção venenosa causa uma parada cardíaca.
A ideia de quem defende esse ato é para que o feto não nasça vivo. Diante de tal situação, é de se pensar: o ser humano que procura vida em Marte, é o mesmo que sacrifica a vida humana intrauterina, negando-lhe a mesma tutela da desova dos quelônios. Veja se isso não é contraditório!
A assistolia fetal provoca debates acalorados no mundo da Medicina, do Direito e da Ética etc. Daí, a pessoa já tem uma noção de que a essência da assistolia fetal não é benéfica para ninguém. O próprio Conselho Federal de Medicina considera o procedimento antiético. O posicionamento não poderia ser outro, visto que se visa a matar um ser humano totalmente formado, com viabilidade de viver fora do útero.
Sem olvidar que, o legislador, em momento algum, infere que o aborto é lícito. Apenas e tão somente diz que em três condições o profissional da saúde não pode ser punido. Ora, se a vida humana intrauterina, como direito primário, não é respeitada, então vamos respeitar o que, se tudo dela depende? Logo, só se pode falar de Direitos Humanos se a vida intrauterina for respeitada na sua inviolabilidade e sacralidade, desde o momento da concepção.
Em consideração derradeira, é preciso deixar bem claro, e com a honestidade intelectual, que a assistolia fetal não é a solução. Pelo contrário, além de suprimir a vida de um feto, uma vida humana, causa terríveis consequências, uma vez que é um aborto de índole deletéria, como outro qualquer, revestindo-se de roupagem repugnante.
O feto começa a se digladiar dentro do útero, quando percebe que a agulha venenosa se aproxima do seu coraçãozinho que, ainda frágil, irriga todo o seu corpo, que espera completar o tempo gestacional. Ele fica privado, inclusive, daquela forma mínima de defesa constituída pela força suplicante dos gemidos e do choro do recém-nascido, por isso, “ai dos que ao mal chamam de bem, e ao bem, mal, que têm as trevas como luz e a luz como trevas”, já alertava o profeta (Is 5,20).
Assistolia fetal é um mal terrível, que causa traumas psicológicos e remorsos, pois como padre, já escutei muitos dramas de mães, que na adolescência praticaram o aborto e nunca se libertaram dessa ação maléfica
É preciso dizer que independentemente de como aconteceu a gestação, nada justifica o aborto, pois um mal não tem o poder de curar outro mal. Agora, fica uma reflexão: que mal faz o feto para receber uma injeção de cloreto de potássio?
Padre. Biu de Arruda da Arquidiocese de Olinda e Recife é Pároco da Paróquia de Santa Luzia na Estância