Honrando os abaixo de nós

SAMUEL GERMANO DE OLIVEIRA

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” Texto base: Filipenses 2: 3,4

Queridos leitores, somos diariamente convidados a proceder com bondade genuína, vendo além das aparências externas e das circunstâncias que nos rodeiam. Em cada pequeno gesto de cuidado, seja ouvindo alguém em um momento difícil, dividindo o que possuímos, oferecendo um sorriso ou um abraço encorajador, evidenciamos com tais atitudes o caráter de Cristo. A prática da honra transcende o discurso e se materializa no serviço aos outros, especialmente aos esquecidos e menos favorecidos.

É dessa maneira que manifestamos a verdadeira essência do evangelho, pois, como nos ensina o Senhor Jesus segundo Mateus 25:40: “o que vocês fizeram a algum dos menores destes irmãos, a mim o fizeram.” Estou aqui, de forma singular, desejando que o Senhor venha impactar vossas vidas com ricas bênçãos, através das atividades diárias, da gratidão e dos procedimentos de honra para com Deus e para com o próximo. Diariamente, somos confrontados a colocar em prática aquilo que aprendemos. Seja por meio da experiência, exemplos, leituras, estudos bíblicos ou louvores, este é um chamado ao evangelho prático, vivenciado fora das quatro paredes. Um dos modos mais significativos de agir assim revela-se no tratamento que dispensamos ao nosso semelhante, conforme Romanos 12:10: “Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a vocês”. Essa verdade mostra-se pela maneira que conferimos gratidão honrando as pessoas, independentemente de suas posições, cargos ou funções. São atitudes que refletem a empatia da pedagogia de Cristo, onde a essência humana se evidencia na prática da humanidade. Caso esses princípios basilares do evangelho não estejam enraizados em nossos corações, nossas atitudes de ceder ou conferir honra ao próximo jamais serão reais. Nossa aprendizagem religiosa carecerá da gratidão necessária para entender o verdadeiro significado do honrar.

Quando se menciona a palavra "honra", a maioria das pessoas a associa a solenidades, como entregas de diplomas ou medalhas, concedidas a tradições, instituições, autoridades civis ou eclesiásticas, líderes familiares e patrões. Contudo, raramente se faz a associação de que honrar é um cuidado diário que gera dignidade entre subordinados, entre aqueles sem ofício de liderança ou cargos de destaque. O ensino é claro: precisamos honrar a todos, conforme 1 Pedro 2:17: "Honrem a todos, amem os irmãos, temam a Deus, honrem o rei."

O ato de honrar vai além de discursos ou simples solenidades; é a maneira pela qual dedicamos reverência, consideração, respeito e admiração ao próximo, especialmente aos mais necessitados, por meio do nosso servir e de nossas obras, manifestando solidariedade e justiça social. Assim, fortalecemos as instituições e promovemos valores como respeito, solidariedade e honra, que fortalecem a família em seus vínculos e refletem mudanças nas comunidades religiosas, convertendo esses espaços físicos em ambientes de apoio mútuo e estabilidade. Reconhecer a nobreza e o valor do próximo é agir segundo o coração de Deus. Este estilo de vida glorifica a Deus de maneira ideal. Diante do tema que nos inspira à humildade por meio do servir com honra e amor, entendo que uma das melhores formas de aprender a servir a Deus é servindo as pessoas. Estou alinhado com a abordagem do apóstolo Paulo aos Colossenses 3:23-24, onde ele enfatiza que nossa dedicação ao próximo deve ser feita como um serviço ao Senhor: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.”

Portanto, cabe-nos priorizar o tempo em benefício do outro, tratá-lo com apreço, dignidade e honestidade, valorizá-lo e honrá-lo como um meio de glorificação a Deus. A Bíblia sagrada enfatiza regularmente o cuidado e a inclusão para com os pobres, órfãos, viúvas e estrangeiros, reforçando o dever moral de honrar os menos favorecidos. O cultivo da gratidão e da honra são etapas cruciais no relacionamento humano, seja como serviçal ou servidor. Essas ações não apenas facilitam o ato de servir, mas promovem laços de harmonia, cooperação e reciprocidade.

Samuel Germano de Oliveira é pastor da Igreja” O Brasil Para Cristo”. Oficial músico da PMPE, pedagogo com especialização em gestão, coordenação educacional e direitos humanos pela UFPE. É autor de obras e revistas de temática religiosa e membro fundador da Academia Pernambucana Evangélica de Letras (APEL).