Reencarnação – Lei da Natureza
A vida do Espírito em um corpo, na experiência terrena, limita suas potencialidades, restringindo suas manifestações aos sentidos físicos

WILSON GOMES
O mergulho que demos na matéria foi tão intenso, tão profundo que nos fez esquecer quem somos e para que aqui estamos. Este mergulho é uma lei da natureza chamada reencarnação.
A vida do Espírito em um corpo, durante a experiência terrena, limita suas potencialidades, restringindo suas manifestações às possibilidades dos sentidos físicos. Estes, por exemplo, somente permitem: Enxergar o que os olhos veem; e ouvir dentro da faixa de 20 a 20 kilohertz (kHZ) que os ouvidos são capazes de detectar.
Identificados com as sensações corpóreas, através dos sentidos físicos, deixamos de utilizar as percepções extracorpóreas. Tantas são as demandas objetivas da experiência temporária, que são resolvidas pelo conjunto dos cinco sentidos físicos, que as percepções extrafísicas ficam obnubiladas. Chegamos ao ponto de considerar inexistentes ou fantasiosas as percepções que transcendem os sentidos físicos.
Urge lembrarmos que sendo Espíritos, temos faculdades que transcendem a indumentária carnal e que nos possibilitam perceber ondas, vibrações que superam os limites das sensações corpóreas. À guisa de comparação, a mente é uma antena transceptora (Capítulo 12, 1ª Parte da obra “Momentos de saúde e de consciência”, da mentora Joanna de Ângelis), de onde partem os nossos pensamentos e através da qual eles são recepcionados. Emitimos e recepcionamos pensamentos de modo ininterrupto.
A mente não tem dispositivo de liga-desliga. Não paramos de pensar. Logo, não cessa a emissão e recepção de ondas-pensamentos.
Embora a mente não desligue, os nossos pensamentos são passíveis de regular, através do mecanismo da sintonia. Foi o que constatou Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos” (Capítulo 9, Questões 459,460 e 461), ao tratar da influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos.
O mestre Lionês obteve o esclarecimento de que os Espíritos influem em nossos pensamentos de modo tal que, corriqueiramente, eles nos dirigem. Isso ocorre porque seus pensamentos se misturam aos nossos, sem que nos excluam das responsabilidades dos atos praticados.
Seja para o bem ou para o desequilíbrio, a responsabilidade é sempre nossa. Antes de optar por qualquer faixa de pensamento, reflete na diferença entre escolher e discernir. Quem escolhe, opta pelo melhor para si mesmo. Já quem aprendeu a discernir, opta pelo bem, mesmo que a opção não pareça a melhor para si nem para os seus. Discernindo, estaremos sintonizando com o bem, afinizando com o que há de bom.
Desta forma, à medida que optamos por este ou por aquele pensamento, ficamos submetidos à lei de sintonia. Essa lei une, por afinidade, todos os pensamentos de determinada faixa vibratória. Unindo quem pensa a quem recebeu o que foi pensado, ficamos assim reunidos em grupos de afinidades por tipo de pensamento. A sequência é natural e automática: pensou, irradiou, sintonizou, afinizou.
Entendida a dinâmica de recepção e irradiação dos pensamentos e a mecânica da sintonia e da afinidade, faz-se necessário: 1º transcender as limitações físicas utilizando as percepções extracorpóreas; e 2º, qualificar as percepções, para que possamos sintonizar com os Espíritos nobres.
Para o estabelecimento desta sintonia, nos orienta a mentora Joanna de Angelis, obra “Momentos de saúde e de consciência” (Capítulo 12, 1ª Parte): “Faz silêncio interior e moraliza-te”.
Foi desta forma que Paulo, inspirado por Estevão, silenciou, moralizando-se e foi secundado pelo Cristo. Paulo foi inspirado por Estevão, que foi secundado por Jesus. Pensaram, emitiram, sintonizaram, afinizaram, escolheram pelo bem, produziram as cartas.
Permite, primeiro, ampliar as tuas percepções extracorpóreas. Depois, silencia os teus anseios passageiros e moraliza-te. Desta forma, não somente ampliarás mas, sobretudo, qualificarás as percepções, aquelas que transcendem os sentidos corpóreos.
Farás sintonia com o bom, com o belo, com o nobre, com o justo. Estarás afinado com aqueles que, em qualquer faixa de vibração da matéria, também, querem somente o bem. Serás livre, verdadeiramente liberto do mal, pelo bem que almejas, através do bem com que sintonizas, sustentado pelos bons com quem afinizas e pelo amor que esparzes.
Wilson Gomes, trabalhador voluntário da Federação Espírita Pernambucana (FEP)