Todos os pensadores estão debaixo da Cruz de Cristo
A cruz de Cristo, ao contrário da filosofia do vazio, oferece redenção e significado, onde as pessoas encontram valor e propósito em Deus
REVERENDO ESDRAS CABRAL
A verdade absoluta, mais real e profunda em todo o universo é que nada e ninguém pode se colocar acima da cruz. Toda a produção do intelecto humano não chega nem à sombra da cruz, e toda a glória conquistada ficaria soterrada aos seus pés.
Paulo chegou a essa conclusão ao compreender que nada pode se comparar ou estar acima da cruz do Senhor Jesus: "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gl 6.14).
Milhares de pensadores, ao longo da história, se posicionaram como senhores da verdade ou detentores do saber, desenvolvendo conceitos filosóficos e acreditando ter alcançado um patamar elevado de compreensão do mundo (cosmos). Para muitos, parecia não haver nada acima ou além para aprender, pois se sentiam empoderados e fascinados por seus próprios pensamentos filosóficos, desprezando Deus e a morte de Seu Filho na cruz, que consideravam loucura para aqueles que nela creem e a defendem. No entanto, há uma declaração clara e simples para aqueles que julgam a nossa fé dessa maneira: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (I Co 1.18).
Sim, muitos grandes pensadores e suas filosofias pereceram, e várias dessas ideias hoje estão ultrapassadas, sem trazer contribuições reais para a transformação do ser humano. Em vez disso, elas muitas vezes conduzem à angústia, ansiedade, depressão e, em alguns casos, até ao suicídio. Um exemplo é o niilismo de Friedrich Nietzsche, que reduz toda e qualquer existência ao aniquilacionismo: todas as opiniões e valores são vistos como infundados, e a vida carece de sentido ou propósito. Muitos acabam chegando a essa conclusão, de uma existência vazia e sem sentido, que reduz o homem a uma mera “coisa” destituída de qualquer valor.
Contudo, a fé cristã apresenta um contraste radical a essa perspectiva, apontando para um propósito eterno e um valor que transcende a própria vida. A cruz de Cristo, ao contrário da filosofia do vazio, oferece redenção e significado; é o convite para uma existência onde cada indivíduo encontra valor e propósito em Deus. Para os que creem, essa é a verdadeira base da esperança.
O teólogo norte-americano A.W. Tozer disse: “A cruz de Cristo é a coisa mais revolucionária que aconteceu entre os homens.” Compartilho dessa visão profundamente teológica, pois essa revolução já foi realizada no Calvário, quando Jesus declarou: “Está consumado!” O homem não precisa de meios filosóficos para encontrar o sentido da vida, pois Cristo é a própria vida, e Ele é entregue por nós. Nada superará esse feito; Nenhum argumento filosófico ou julgamento humano se erguerá acima da cruz. Somente Ele — Jesus — se colocou acima e além dela, oferecendo à humanidade um propósito eterno, uma redenção perfeita e uma esperança inabalável. A cruz é, portanto, o marco definitivo que transcende o intelecto humano e revela o amor absoluto de Deus, onde justiça e misericórdia se encontram, oferecendo à humanidade um caminho de redenção, esperança eterna e um propósito que vai além desta vida.
‘‘E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.’’ (Fl. 2. 8-11).
Pr. Esdras Cabral de Melo. Doutor em Educação e Psicanálise. Mestre em Teologia. Pós-Graduado em Ciências da Religião. Antropologia UFPE. Metodologia do Ensino Superior, em História das Artes e das Religiões e Ensino de História pela UFRPE. Formado em História e Teologia. Teólogo, Educador, Historiador e Psicanalista. Membro da APEL – Academia Pernambucana Evangélica de Letras. Autor de mais de vinte livros teológicos e seculares