Os sistemas antropológicos de Kant e Schelling têm como essa doutrina muitos pontos de contato, além de vários filósofos como, Helmont, Hennry More

Os sistemas antropológicos de Kant e Schelling têm como essa doutrina muitos pontos de contato, além de vários filósofos como, Helmont, Hennry More

Publicado em 01/09/2024 às 0:00


UBIRAJARA EMANUEL TAVARES DE MELO


Quem se debruçar sobre a história da civilização constatará facilmente que o assunto reencarnação é tratado há milhares de anos, daí porque é um equívoco se pensar que foi o espiritismo que a instituiu, ainda que esta seja um postulado básico da doutrina espírita.


Desde a antiguidade a partir da religião Védica, um dos ramos do Hinduísmo que são coleções de textos religiosos do Árias, emigrados para a índia, cuja formação se estendeu por vários séculos com início por volta de 1.000 a.C. Da leitura dos textos dos Upanishads, do Código de Leis de Manu e dos Puranas, vê-se uma relação entre a doutrina da reencarnação e a teoria do carma. Hoje em dia, ainda, mais de um bilhão de indianos aceitam o hinduísmo como religião, e adota a tese das existências sucessivas, naturalmente.


Do mesmo modo, o Budismo que se baseia na análise do sofrimento, a reencarnação expressa tanto o sofrimento como também a chance de superar, sendo o próprio Buda considerado como o perfeito que, depois de muitas reencarnações numa ascensão espiritual contínua, pode ingressar no Nirvana. Na Grécia antiga, por volta do século 16 a.C., textos fazem menção à reencarnação na doutrina órfica, tese defendida por Heródoto e Pitágoras. Do mesmo modo, na civilização Egípcia, e os Caldeus, há milhares de anos que admitiu que a alma evolui em direção à perfeição continuadamente. Em Roma, a ideia da reencarnação na cultura Grego Romana esteve sempre associada ao tema das existências sucessivas entre eles o grande orador e filósofo romano, Cícero (106-43 a.C). Virgílio o grande poeta romano que viveu no século I a.C, inclui a reencarnação na sua Eneida. O próprio Platão defendia a necessidade de uma justiça compensadora e incluiu a doutrina da reencarnação em sua obra Górgias, fundamentada em Menon, a doutrina de anamnese, e se desenvolve plenamente em Fédon. Na literatura universal, pensadores ilustres admitem a reencarnação, entre os quais Annie Besant, cita em seu livro Reencarnação Paracelso, Boehme e Swedenborg como grandes almas intuitivas e reencarnacionistas, bem como a filosofia alemã também está permeado dessa grande verdade: Schopenhauer, Lessing, Hegel, Leibnitz, Herder e Fichte advogam-na fervorosamente.


Os sistemas antropológicos de Kant e Schelling têm como essa doutrina muitos pontos de contato, além de vários filósofos tais como, Helmont, Hennry More; Cudworth e Hume que a classificaram como a teoria mais racional sobre a imortalidade. O próprio Jesus falou várias vezes no evangelho sobre reencarnação, a primeira vez no célebre diálogo com Nicodemos, o senador dos judeus quando assevera: ´´Ninguém pode alcançar o reino de Deus se não nascer de novo``. Contudo, a ‘’ volta de Elias como João Batista, revelada pelo próprio Jesus aos seus discípulos é a mais contundente referência a Lei da reencarnação’’, entre outras citações do evangelho. Orígines e Clemente de Alexandria considerados os primeiros pais da igreja pronunciaram-se a favor da transmigração das almas.

Na doutrina espírita, a reencarnação apareceu como um postulado básico, ganhando fóruns de lei natural. Em O Livro dos Espíritos, escrito por Allan Kardc em 18 de abril de 1857, a lei das existências sucessivas é colocada como condição indispensável para a evolução do espírito, composto de perguntas feitas aos espíritos e as respostas deles. Ao observarmos à vida humana vemos que para uns a fortuna, a felicidade constante e para outros a miséria a degradação inevitável? Para estes a força, a saúde, a beleza, para aqueles a fraqueza, a doença, a fealdade? Porque a inteligência, o gênio aqui; e, acolá, a imbecibilidade? Como se encontram tantas qualidades morais admiráveis a par de tantos vícios e defeitos.

Donde vêm também os jovens prodígios – músicos, pintores, poetas, todos aqueles que desde a meninice, mostram disposições extraordinárias para as artes ou para as ciências, ao passo que tantos outros ficam na mediocridade toda vida, apesar de um labor insano? E igualmente, donde vêm os instintos precoces, os sentimentos inatos de dignidade ou baixeza contrastando as vezes tão estranhamente com o meio em que se manifesta. Muito mais se poderia dizer sobre a reencarnação, contudo, os fatos diários comprovam que a reencarnação é uma permissão divina para que o nosso espírito cumpra a sua evolução espiritual que é oportunizada a todas as criaturas. Rua José Aderval Chaves, 186 Boa Viagem - Recife /PE - 81.3326.6551 Website: www.advtm.com.br


Ubirajara Emanuel Tavares de Melo, é advogado, membro da Instituição Espírita Núcleo Espírita Investigadores da Luz – NEIL, e Autor da obra NUNCA MORREREMOS, publicado pela editora EME. E-mail -ubirajara@advtm.com.br

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