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Banco Mundial aponta ações para acelerar emprego e inclusão no Nordeste

Banco Mundial aponta qualificação profissional, ambiente de negócios e infraestrutura como eixos para destravar o potencial produtivo da região

Por JC Publicado em 04/12/2025 às 17:42

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Um novo relatório do Banco Mundial reforça o papel estratégico do Nordeste para o futuro econômico do país e indica caminhos para destravar o potencial de geração de empregos e redução das desigualdades históricas na região.

O estudo “Caminhos para o Nordeste: Produtividade, Empregos e Inclusão” destaca que, com 54 milhões de habitantes — sendo 80% em idade ativa —, o Nordeste concentra uma das maiores reservas de força de trabalho do Brasil, o que representa uma vantagem competitiva na corrida por investimentos e desenvolvimento industrial.

O documento também destaca o protagonismo regional na transição energética. O Nordeste responde por 91% da energia eólica e 36% da energia solar produzidas no país, abrindo espaço para novas cadeias produtivas, como o hidrogênio verde, e para um modelo de crescimento industrial mais rápido e sustentável.

“Ao ajudar as empresas a melhorarem, investir nas pessoas e modernizar a infraestrutura, podemos aumentar a produtividade da economia e criar mais e melhores empregos. Isso ampliará as oportunidades de mobilidade social da população”, afirma Cécile Fruman, diretora do Banco Mundial para o Brasil.

Três caminhos para o desenvolvimento

O relatório indica frentes prioritárias para que o Nordeste avance em produtividade, atração de investimentos e inclusão social: geração de empregos, melhoria do ambiente de negócios e modernização da infraestrutura.

Empregos e qualificação

O Banco Mundial aponta que o trabalho continua sendo a rota mais segura para superar a pobreza. Entre 2012 e 2022, a taxa média de desemprego no Nordeste foi de 12%, e a informalidade chegou a 52%, patamares superiores aos de outras regiões brasileiras. O estudo recomenda ampliar políticas de qualificação e intermediação para aproximar trabalhadores das vagas, com atenção especial às indústrias urbanas e de serviços — setores que concentram empregos de melhor qualidade.

A inclusão também é citada como desafio. A participação feminina na força de trabalho nordestina é de 41%, contra 52% no restante do país, o que reforça a necessidade de políticas voltadas às mulheres e aos grupos mais vulneráveis.

Ambiente de negócios

Para estimular o empreendedorismo e facilitar a entrada de novos competidores, o relatório sugere simplificar rotinas e procedimentos administrativos, além de incentivar a concorrência. A publicação também faz um alerta: a dependência de subsídios fiscais pode gerar concentração de mercado e queda de produtividade, enquanto um ambiente regulatório mais equilibrado tende a impulsionar inovação e atrair investimentos.

Infraestrutura integrada

A modernização de rodovias, ferrovias e redes digitais, junto a melhorias em água e saneamento, é descrita como condição essencial para conectar comunidades e reduzir desigualdades territoriais. O estudo defende planejamento rigoroso e fiscalização dos projetos para garantir impacto social e econômico, além de estimular parcerias com o setor privado para viabilizar grandes obras.

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