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Consumo das famílias recifenses mantém estabilidade em julho, com leve retração entre os mais vulneráveis

Mesmo próximo à zona de otimismo, índice revela desigualdade entre faixas salariais, aponta Fecomércio-PE, com dados da Intenção de Consumo

Por JC Publicado em 28/07/2025 às 18:40

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A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) do Recife registrou 100,6 pontos em julho de 2025, permanecendo tecnicamente estável em relação ao mês anterior, quando havia atingido 101,0 pontos. Embora o índice geral permaneça próximo à linha de satisfação (100 pontos), o desempenho foi desigual entre as faixas de renda.

Entre as famílias com rendimento de até dez salários mínimos, o ICF caiu 0,7%, alcançando 98,2 pontos — resultado abaixo da zona de otimismo. Já entre os domicílios com renda superior a dez salários mínimos, houve avanço de 1,0%, atingindo 125,5 pontos.

QUEDA MENSAL

A queda mensal do índice foi puxada sobretudo pela deterioração na perspectiva de consumo (-4,8%) e na avaliação do nível de consumo atual (-1,8%). Além disso, houve recuo na avaliação do emprego atual (-1,3%) e na facilidade de acesso ao crédito (-0,6%).

Para Rafael Lima, economista da Fecomércio PE, a pesquisa mostra a retomada desigual do consumo. “Há sinais de recuperação sustentada entre os grupos menos sensíveis à inflação e à restrição de crédito. Por outro lado, a estagnação entre os consumidores de menor renda aponta para a necessidade de medidas estruturantes que ampliem a capacidade de consumo dessas famílias, principalmente por meio de geração de emprego, aumento da renda disponível e maior previsibilidade nas condições de crédito ao consumidor”, explica.

Apesar da leve retração no índice geral, a tendência ao longo do último ano segue positiva: em relação a julho de 2024, o ICF avançou 4,2%, o que sugere que o consumo ainda preserva dinamismo em horizontes mais longos, apoiado principalmente pela recuperação da renda nas faixas superiores e pela maior formalização no mercado de trabalho.

Para o presidente do Sistema Fecomércio/Ses/Senac Pernambuco, Bernardo Peixoto, os dados revelam uma resiliência moderada do consumo, apesar dos desafios. “A pesquisa aponta um cenário de estabilidade, mas ainda com diferenças entre os estratos de renda. Seguimos monitorando esses indicadores com o objetivo de subsidiar estratégias que contribuam para o fortalecimento do comércio, respeitando a realidade das famílias e suas diferentes condições de consumo”, afirma.

 

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