Lula nega erro na alta do IOF, mas confirma nova discussão sobre alternativas
Presidente confirmou reunião com a equipe econômica, incluindo Haddad, no início da tarde desta terça-feira, antes de embarcar para a França

Com informações da Agência Brasil e do Estadão Conteúdo
O presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira (3) que a equipe econômica não errou ao anunciar a alta no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em maio e depois recuar após reação negativa do mercado e do Congresso Nacional. A declaração foi dada em entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto.
"O [ministro Fernando] Haddad, no afã de dar uma resposta logo à sociedade, apresentou uma proposta que ele elaborou na Fazenda. A Fazenda trabalhou, e era uma sexta-feira, e fez o anúncio. Eu já não estava mais aqui, poderia ter feito uma discussão. Era uma sexta-feira e a gente queria anunciar rápido isso, para dar tranquilidade à sociedade brasileira", completou o presidente.
O presidente afirmou que Haddad não errou e que aquele foi um momento político. "Em nenhum momento, o companheiro Haddad teve qualquer problema de discutir o assunto. A apresentação do IOF era o que eles tinham pensado naquele instante. Se aparece alguém com uma ideia melhor e topa discutir, vamos discutir", completou.
Lula confirmou que terá uma reunião com a equipe econômica no início da tarde desta terça-feira, antes de embarcar para a França, onde prometeu discutir a guerra da Ucrânia, a questão da Faixa de Gaza e o acordo do Mercosul com a União Europeia com o presidente Emmanuel Macron.
"Eu sou favorável que não tenha segredo. Antes de qualquer medida que a gente mande para o Congresso Nacional, nós temos que reunir aqui as pessoas que são parceiras nisso. O presidente do Senado, da Câmara, os líderes dos partidos", afirmou Lula.
Haddad
A proposta do governo federal com alternativas para o cumprimento das metas fiscais para os próximos anos será apresentada ao presidente Lula até as 15h. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a alternativa prevê, uma emenda constitucional (PEC) e um projeto de lei (PL) “relativamente amplo”.
"Serão dois diplomas legais, mas eu posso precisar, para questões tópicas, de uma medida provisória que entre em vigor imediatamente, para determinadas correções que eu possa ter que fazer. Mas isso ainda não está decidido. Será decidido depois da reunião [com Lula]”, disse Haddad ao chegar no ministério.
A nova proposta substituirá a anterior, que prevê a elevação de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o crédito de empresas, para operações cambiais e para grandes investidores em previdência privada.
Reuniões produtivas
O ministro voltou a dizer que as reuniões que teve com os presidentes da Câmara, Hugo Motta; e do Senado, Davi Alcolumbre foram bastante produtivas.“Nós conseguimos apresentar, ponto por ponto, aquilo que já tinha sido sugerido por alguns parlamentares, dentre os quais os próprios presidentes das duas casas, já com uma estimativa de impacto benéfico e estrutural sobre as contas públicas. Será uma coisa que tem impacto duradouro ao longo do tempo”, disse o ministro.
Haddad disse estar otimista também para a reunião de hoje com Lula. “Há ainda pequenos detalhes - de fato pequenos - para serem arbitrados, mas penso que o plano de voo está bem montado”, acrescentou.
O ministro afirmou que sua equipe econômica está em posição confortável e otimista em relação ao respaldo político a ser obtido após a apresentação do novo plano. “Tecnicamente, ele é robusto. Politicamente, está amparado. Teremos oportunidade muito interessante de avançar naquilo que todo mundo está pedindo”, disse.
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