Desemprego cresce em 25 das 27 unidades da federação no 1º trimestre
As maiores taxas de desocupação foram as de Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%), enquanto a menores foi em Santa Catarina (3,0%)

A taxa de desemprego cresceu em 25 das 27 unidades da Federação na passagem do quarto trimestre de 2024 para o primeiro trimestre de 2025, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, o avanço foi considerado estatisticamente significativo em apenas 12 delas, uma vez que as demais oscilaram dentro da margem de erro da pesquisa, informou o IBGE.
As maiores taxas de desocupação foram as de Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%), enquanto as menores ocorreram em Santa Catarina (3,0%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%). Nenhum Estado teve queda na taxa de desemprego no período. Na média nacional, a taxa de desemprego subiu de 6,2% no quarto trimestre de 2024 para 7,0% no primeiro trimestre de 2025.
"O mercado de trabalho continua forte. O aumento na taxa é menor do que a média para primeiros trimestres", disse William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE. "É o menor valor (na taxa de desemprego) para um primeiro trimestre desde o início da série."
Segundo Kratochwill, o resultado mostra que o mercado de trabalho foi capaz de absorver trabalhadores temporários contratados no quarto trimestre de 2024.
Em São Paulo, a taxa de desemprego passou de 5,9% para 6,2% no período. Apesar do aumento da taxa de desemprego, o Estado registrou abertura de 246 mil vagas com carteira assinada no primeiro trimestre. "São Paulo está mostrando que o mercado de trabalho está aquecido, e com mais formalidade", avaliou o pesquisador do IBGE.
Informalidade
No primeiro trimestre de 2025, a taxa de informalidade no País foi mais elevada nos Estados do Maranhão (58,4%), Pará (57,5%) e Piauí (54,6%). Por outro lado, as unidades da Federação com as taxas de informalidade mais baixas foram Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%).
O desemprego entre as mulheres permanecia consideravelmente mais elevado do que entre os homens no País no primeiro trimestre. A taxa de desemprego foi de 5,7% para homens e de 8,7% para mulheres.
Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 5,6%, ante 8,4% para os pretos e 8% para os pardos.
A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto foi de 11,4%, quase o triplo do resultado para as pessoas com nível superior completo (3,9%).
No primeiro trimestre de 2025, o País tinha 1,425 milhão de pessoas em situação de desemprego de mais longo prazo, ou seja, em busca de trabalho há pelo menos dois anos. Se considerados todos os que procuram emprego há pelo menos um ano, esse contingente em situação de desemprego de longa duração sobe a 2,231 milhões.
Apesar do contingente ainda elevado, o total de pessoas que tentavam uma oportunidade de trabalho há dois anos ou mais encolheu 25,6% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
Outras 806 mil pessoas buscavam emprego há pelo menos um ano (porém há menos de dois anos), o equivalente a 16,6% menos indivíduos nessa situação ante o primeiro trimestre de 2024.
No primeiro trimestre de 2025, 3,823 milhões de brasileiros procuravam trabalho há mais de um mês, mas há menos de um ano, 3,6% menos desempregados nessa situação do que no mesmo período do ano anterior, e 1,659 milhão tentavam uma vaga há menos de um mês, recuo de 6,4% ante o primeiro trimestre de 2024.