INFLAÇÃO | Notícia

IPCA desacelera ante março, mas é o mais alto para abril desde 2023

Oito dos nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registraram altas de preços no mês de abril

Por JC Publicado em 09/05/2025 às 15:36

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril com alta de 0,43%, ante uma elevação de 0,56% em março, informou nesta sexta-feira (9). o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou levemente acima da mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que apontava alta de 0,42%. O intervalo das estimativas ia de alta de 0,37% a 0,47%.

A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 2,48%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,53%, resultado próximo da mediana das estimativas de analistas (5,52%), que iam de 5,35% a 5,57%.

A alta de 0,43% registrada em abril foi o resultado mais elevado para o mês desde 2023, quando havia subido 0,61%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9). Em março, o IPCA subiu 0,56%. Em abril de 2024, a taxa tinha sido de 0,38%. A taxa em 12 meses é a mais alta desde fevereiro de 2023, quando estava em 5,60%.

ALIMENTAÇÃO

As famílias brasileiras gastaram mais com alimentação e bebidas em abril pelo oitavo mês consecutivo. O grupo Alimentação e Bebidas acumulou uma alta de 7,81% nos 12 meses encerrados em abril, uma contribuição de 1,68 ponto porcentual para a taxa de 5,53% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período, segundo informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em abril, a alta acumulada em 12 meses no preço do café moído alcançou 80,20%, maior variação desde o início do Plano Real, em julho de 1994. As carnes subiram 22,24% nos últimos 12 meses, os leites e derivados aumentaram 9,90%, e os ovos de galinha subiram 16,74%.

"Os alimentos oferecem uma pressão no índice por conta de questões climáticas que afetam a cultura", afirmou Gonçalves. "Alguns são commodities e podem ter efeito do dólar, como trigo. Outros são (por efeito do) clima, como tomate."

O grupo Alimentação e bebidas saiu de um avanço de 1,17% em março para alta de 0,82% em abril, um impacto de 0,18 ponto porcentual sobre o IPCA do último mês.

"Os alimentos tiveram desaceleração. Eles subiram, mas subiram menos", disse o pesquisador do IBGE. "Subiu menos, mas continua sendo o maior impacto no índice do mês."

A alimentação no domicílio avançou 0,83% em abril. Os destaques foram as altas na batata-inglesa (18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%). Por outro lado, ficaram mais baratos a cenoura (10,40%), o arroz (4,19%) e as frutas (0,59%).

A alimentação fora do domicílio aumentou 0,80% em abril. O lanche subiu 1,38%, e a refeição fora de casa encareceu 0,48%.

GRUPOS EM ALTA

Oito dos nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registraram altas de preços em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os avanços ocorreram em Habitação (com aumento de 0,14%, uma contribuição de 0,02 ponto porcentual para o IPCA do mês), Educação (0,05%, impacto de 0,00 p.p.), Alimentação e bebidas (0,82%, impacto de 0,18 p.p.), Despesas Pessoais (0,54%, impacto de 0,05 p.p.), Saúde e Cuidados Pessoais (1,18%, impacto de 0,16 p.p.), Artigos de Residência (0,53%, impacto de 0,02 ponto porcentual), Comunicação (0,69%, impacto de 0,03 ponto porcentual) e Vestuário (1,02%, impacto de 0,05 ponto porcentual).

A única deflação foi registrada em Transportes (-0,38%, impacto de -0,08 p.p.).

Todas as 16 regiões investigadas pelo IBGE registraram altas de preços em abril.

O resultado mais brando foi verificado em Brasília, alta de 0,04%, enquanto o mais elevado ocorreu em Porto Alegre, com aumento de 0,95%.

INFLAÇÃO NA RMR

A inflação da Região Metropolitana do Recife (RMR) ficou em 0,22% em abril, após registrar 0,36% no mês anterior. O grupo Alimentação e bebidas (0,64%) exerceu o maior impacto no índice, com 0,15 ponto percentual (p.p.). Destaque também para Saúde e cuidados pessoais (0,66%), com
impacto de 0,1 p.p. Já o grupo Transportes (-0,57%) foi o que registrou maior queda, influenciando a taxa em -0,11 p.p.

O acumulado dos últimos 12 meses teve uma leve queda de 4,55% em março para 4,2% em abril. No ano, o IPCA acumula alta de 2,11 %. Em abril de 2024, a variação havia sido de 2,26%.

O grupo geral de Alimentação e bebidas manteve o mesmo ritmo inflacionário nos dois últimos meses deste ano. Mas a alimentação no domicílio registrou alta de 0,71% e a alimentação fora do domicílio, 0,46%. Contribuíram para esse resultado as altas da batata-inglesa (18%), Coentro (8,26%), e do sorvete (7,23%).
No lado das quedas, destaca-se a cenoura(-14,19%). “O grupo alimentação é o de maior peso no IPCA, por isso, mesmo desacelerando, exerce impacto importante.” explica Fernando Gonçalves, gerente nacional do IPCA.

 *Com Estadão Conteúdo
 

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