MERCADO DE TRABALHO | Notícia

Taxa de desemprego fica em 7% no trimestre até março, revela IBGE

O País registrou uma taxa de informalidade de 38% no trimestre até março, a menor desde o trimestre móvel encerrado em setembro do ano de 2020

Por Estadão Conteúdo Publicado em 30/04/2025 às 16:24

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 7% no trimestre encerrado em março, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quarta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio em linha com as expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 6,8% e 7,2%, com mediana de 7,0%.

Em igual período do ano anterior, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 7,9%. No trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desocupação estava em 6,8%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.410 no trimestre encerrado em março. O resultado representa alta de 4,0% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 345,048 bilhões no trimestre até março, alta de 6,6% ante igual período do ano anterior.

O País totalizou 102,483 milhões de trabalhadores ocupados no trimestre terminado em março, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve um fechamento de 1,335 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. Em um ano, o contingente de ocupados aumentou em 2,280 milhões de pessoas.

Já a população desocupada expandiu em 891 mil pessoas em um trimestre, totalizando 7,714 milhões de desempregados no trimestre até março.

Em um ano, 909 mil pessoas deixaram o desemprego no País.

A população inativa somou 66,975 milhões de pessoas no trimestre encerrado em março, 805 mil inativos a mais que no trimestre anterior. Em um ano, houve elevação de 82 mil pessoas na inatividade.

O nível da ocupação - porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar - passou de 58,7% no trimestre encerrado em dezembro para 57,8% no trimestre até março. No trimestre terminado em março de 2024, o nível da ocupação era de 57,0%.

População subutilizada

No trimestre terminado em março, faltou trabalho para 18,463 milhões de pessoas no País, segundo o IBGE.

A taxa composta de subutilização da força de trabalho subiu de 15,2% no trimestre até dezembro para 15,9% no trimestre até março. No trimestre até março de 2024, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 17,9%.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar.

A população subutilizada subiu 4,0% ante o trimestre até dezembro, 706 mil pessoas a mais. Em relação ao trimestre até março de 2024, houve um recuo de 10,8%, menos 2,243 milhões de pessoas.

Subocupados por insuficiência de horas trabalhadas

De acordo com o IBGE, a taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 4,4% no trimestre até março, ante um patamar de 4,8% no trimestre até dezembro.

Em todo o Brasil, há 4,552 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior.

Na passagem do trimestre até dezembro para o trimestre até março, houve um recuo de 394 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 603 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano.

Desalento

O Brasil registrou 3,228 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em março, segundo o IBGE.

O País tinha 200 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em dezembro, um aumento de 6,6%. Em um ano, 367 mil pessoas deixaram a situação de desalento, baixa de 10,2%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

INFORMALIDADE

O País registrou uma taxa de informalidade de 38,0% no mercado de trabalho no trimestre até março, a menor desde o trimestre móvel encerrado em setembro de 2020, quando estava também em 38,0%. Havia 38,898 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período.

Em um trimestre, 1,147 milhão de pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais. O total de vagas no mercado de trabalho como um todo no período encolheu em 1,335 milhão de postos de trabalho. Ou seja, o emprego diminuiu majoritariamente via informalidade.

"A queda na ocupação foi mais puxada pelos setores informais, como trabalhador doméstico, construção, alojamento e alimentação", confirmou Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa.

Em um trimestre, na informalidade, houve redução de 751 mil empregos sem carteira assinada no setor privado, de 169 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada, de 25 mil empregadores sem CNPJ, de 117 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ e de 84 mil pessoas atuando no trabalho familiar auxiliar.

A população ocupada atuando na informalidade caiu 2,9% em um trimestre. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais encolheu em 45 mil pessoas, queda de 0,1%.

 

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