FRAUDE | Notícia

Lupi diz que 'agiu a tempo' diante de denúncias no INSS, demitiu diretor e instalou apuração

Questionado por deputados na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, Lupi diz que Lula o avisou sobre ações

Por Estadão Conteúdo Publicado em 29/04/2025 às 19:56

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou nesta terça-feira (29) que "agiu a tempo" diante das denúncias de supostas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com descontos ilegais em aposentadorias. "Eu demiti um diretor que tinha, inclusive, sido superintendente Demitido em maio de 2024, pela letargia, pela demora. Eu pedi para instalar uma apuração", frisou.

Questionado por deputados na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, Lupi diz que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, avisou para que o ministro se reunisse com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e a Controladoria-Geral da União, para ele tomar conhecimento das ações que estavam acontecendo.

Lupi indicou ainda que Lula determinou que ele demitisse o presidente do INSS sob investigação, Alessandro Stefanutto, para "defender a própria instituição".

Questionado por um deputado sobre o crime organizado, Lupi afirmou que não poderia responder porque "não convive, conhece ou aceita" o mesmo.

Segundo o ministro, "tem gente que banca e ganha dinheiro" com o crime. "Não conheço nada de crime organizado. Eu sou da base da pirâmide da sociedade [...] Quero que o crime organizado esteja na cadeia, a começar pela elite que a financia", indicou.

O ministro ainda foi cobrado sobre a destituição de investigados pertencentes a sindicatos. Sobre o tema, Lupi frisou que as entidades são autônomas e "não é um ditador" para interferir nas mesmas.

"Todas associações que tinham convênio com o INSS estão suspensas, isso nos competia, mas a destituição, nos sindicatos, não é da minha alçada", ponderou o ministro da Previdência.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse, por sua vez, que o governo está empenhando em apurar a fraude que desviou R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em debate na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, ele afirmou que o caso será apurado “até as últimas consequências”.

“Nós não abrimos mão. Estamos mobilizando toda a Polícia Federal [PF], todos os recursos que temos para colocar na prisão todos aqueles responsáveis por esses crimes hediondos”, disse Lewandowski.

OUVIDA NO SENADO

A audiência pública da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado com o ministro da Previdência, Carlos Lupi, que seria realizada nesta terça-feira, 29, foi cancelada. O encontro foi adiado para o dia 7 de maio.

Lupi ainda tem marcado no Congresso nesta terça-feira encontro para prestar esclarecimentos aos parlamentares, mas na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados.

O tema da audiência na Câmara, em tese, é debater os planos e agenda estratégica do ministério para os próximos anos.

As denúncias de desvios no pagamento de aposentadorias, no entanto, devem centralizar as discussões.

Como mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Lupi irá à reunião para se defender das acusações que tem sofrido.

Ao Broadcast Político, Lupi se defendeu em relação à reportagem da TV Globo que disse que ele foi informado sobre as fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em junho de 2023 e demorou a tomar providências. "Não me omiti, procurei agir", declarou.

 

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