Dia das Mães é promessa de boas vendas no Recife apesar de entraves econômicos
Pesquisa aponta que maioria da população irá às compras, revelando ainda que 54,26% dos entrevistados pretende gastar acima de R$ 100
Mesmo com as pressões econômicas e o cenário inflacionário ainda desafiador, o Dia das Mães mantém relevância e deverá impulsionar as expectativas de vendas do comércio local, segundo o que aponta uma pesquisa divulgada pelo Centro Universitário Frassinetti do Recife (UniFAFIRE), através do Núcleo de Inteligência de Mercado. De acordo com os dados, do universo dos 786 entrevistados no período de 20 de março até o último dia 3, cerca de 75,57% dos consumidores planejam presentear as mães, contra 23,28% que não deverão comprar nenhum presente. E apenas 1,15% dos entrevistados disseram estar em dúvida sobre se irão presentear.
MELHORA NA INTENÇÃO DE COMPRA
Para o educador financeiro João Paulo Nogueira, coordenador do Núcleo de Inteligência de Mercado da UniFAFIRE, a pesquisa, se comparada com os dados da avaliação do ano passado, mostra que os números melhoraram bastante, uma vez que em 2024 apenas 57,2% da população do Grande Recife respondeu que iria comprar presentes na data. Ou seja, o estudo deste ano, revelou um aumento de cerca de 32,12% em comparação com o ano anterior.
De acordo com Nogueira, apesar do cenário inflacionário e das altas taxas de juros, o aumento de 32,12% na intenção de compra para o Dia das Mães no Grande Recife pode ser explicado a partir de alguns fatores relevantes que são: priorização emocional da data, com famílias cortando gastos em outras áreas para manter a tradição afetiva; aumento do comércio digital, que oferece mais opções acessíveis e parcelamento estendido mesmo com juros altos; busca por presentes mais práticos (como alimentos ou itens essenciais, que se tornaram opções válidas); e recuperação pós-pandêmica, que reforçou o valor simbólico das celebrações familiares. Outro ponto importante, diz ele, são as promoções agressivas do varejo e a cultura de presentear como demonstração de afeto que sustentaram a demanda, mesmo em um contexto econômico desfavorável.
Preferências e investimento nos presentes
A pesquisa também quis entender o tipo de presente que irão escolher nas compras e identificou que, em comparação com a pesquisa realizada em 2024, a preferência continua sendo por produtos de moda, roupas e calçados e produtos de beleza. Essa preferência por produtos de moda (roupas e calçados) como principais itens para o Dia das Mães (43,07%) pode ser explicada por fatores práticos, afetivos e culturais, segundo o coordenador da pesquisa.
“Esse tipo de item é visto como útil, pessoal e afetivo, já que roupas e sapatos são presentes clássicos, fáceis de escolher e que demonstram cuidado ao considerar o gosto da mãe. Já os produtos de beleza (22,37%) refletem a associação tradicional entre maternidade e autocuidado, além de serem itens de valor simbólico (como perfumes e cremes), que transmitem luxo acessível”, considera Nogueira.
Outro ponto questionado no estudo é a questão do valor que os consumidores pretendem investir na compra. A maioria dos entrevistados, ou seja, 54,26%, respondeu que pretende gastar acima de R$ 100, contra 35,23% da população que deverá investir entre R$ 50 e R$ 100, seguido de 4,01% dos que pretendem disponibilizar até R$ 50. “Em comparação à pesquisa do dia das mães realizada no ano passado, os resultados se mostram bem próximos e seguindo a mesma ordem”, afirma João Paulo.