MERCADO DE TRABALHO | Notícia

Desalento aumenta em 208 mil pessoas em 1 trimestre, revela IBGE

A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 20,012 bilhões no período de um ano, para um recorde de R$ 342,028 bilhões

Por Estadão Conteúdo Publicado em 28/03/2025 às 18:21

O Brasil registrou 3,236 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em fevereiro, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O País tinha 208 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em novembro, um aumento de 6,9%. Em um ano, 435 mil pessoas deixaram a situação de desalento, baixa de 11,8%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

Taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas

Segundo o IBGE, a taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 4,4% no trimestre até fevereiro, ante um patamar de 4,9% no trimestre até novembro.

Em todo o Brasil, há 4,543 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas.

O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior.

Na passagem do trimestre até novembro para o trimestre até fevereiro, houve um recuo de 557 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 542 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano.

O País registrou uma taxa de informalidade de 38,1% no mercado de trabalho no trimestre até fevereiro. Havia 39,079 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

MASSA DE SALÁRIOS CRESCE

A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 20,012 bilhões no período de um ano, para um recorde de R$ 342,028 bilhões, uma alta de 6,2% no trimestre encerrado em fevereiro de 2025 ante o trimestre terminado em fevereiro de 2024.

Na comparação com o trimestre terminado em novembro de 2024, a massa de renda real subiu 0,1% no trimestre terminado em fevereiro, R$ 179 milhões a mais.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 1,3% na comparação com o trimestre até novembro, R$ 43 a mais, para um recorde de R$ 3.378. Em relação ao trimestre encerrado em fevereiro de 2024, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 3,6%, R$ 118 a mais.

A renda média sobe com uma maior formalização no mercado de trabalho, com influência também da saída sazonal de trabalhadores em vagas com menores rendimentos e da redução da ocupação na informalidade. Além disso, houve reajuste recente no salário mínimo. A avaliação é de Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa do IBGE.

"Eu considero que essa questão sazonal ela tenha um peso maior (sobre a alta no rendimento), essa menor participação do trabalho informal na composição da população ocupada como um todo. E além disso, mesmo considerando que o setor público é todo formal, o segmento dele que caiu, que foi o emprego sem carteira, é justamente o segmento com os menores rendimentos", apontou Beringuy.

A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,8% no trimestre terminado em fevereiro ante o trimestre encerrado em novembro. Já na comparação com o trimestre terminado em fevereiro de 2024, houve elevação de 8,6% na renda média nominal.


 

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