Apenas 39% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres

A presença feminina em cargos de liderança no Brasil tem aumentado, mas as mulheres ainda ocupam apenas 39% desses postos, apesar de representarem mais da metade da população economicamente ativa, segundo dados do IBGE.

Aline Portela, especialista em posicionamento estratégico e negócios para mulheres, destaca que a liderança feminina se diferencia por características como atenção aos detalhes, capacidade de gestão multitarefa e um olhar estratégico e intuitivo.

“Mas muitas mulheres têm dificuldade em se enxergar como referências na própria área. O medo do julgamento e a comparação constante fazem com que acreditem que sempre há alguém melhor do que elas”, aponta Aline.

Desafios

Para além dos preconceitos de gênero, Aline aponta três obstáculos principais que dificultam a ascensão feminina:

• Mentalidade e crenças limitantes: mulheres não são incentivadas a se arriscarem, o medo de errar e a insegurança as impedem;
• Posicionamento e visibilidade: a construção de uma marca forte e consistente exige tempo, consistência e investimentos em marketing e imagem pessoal, algo que também não é incentivado para as mulheres;
• Expectativa de resultados imediatos: muitas mulheres desistem de sua trajetória de liderança ao não obterem resultados rápidos.

Baixos salários

O salário abaixo da média é um dos principais desafios enfrentados pelas mulheres. Dados do Dieese indicam que, em média, mulheres em cargos de direção e gerência ganham R$ 3.328 a menos por mês em comparação aos homens nas mesmas posições, totalizando uma diferença anual de aproximadamente R$ 40 mil.

Segundo pesquisa da Universidade de Cornell, mulheres que participam de programas de mentoria têm entre 15% e 38% mais chances de ser promovidas em comparação com aquelas que não recebem esse tipo de apoio.

A Harvard Business Review também indica que a chance de promoção é 15% maior para mulheres mentoradas.

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