Ministro do Trabalho diz que CLT deve ter cautela ao tomar crédito consignado para ‘não criar armadilha’
Luiz Marinho afirma que novo programa do governo visa reduzir o endividamento dos trabalhadores, mas enfatiza a importância da gestão pessoal

O Crédito Trabalhador, novo programa do governo federal que vai oferecer crédito consignado para quem trabalha em regime CLT, promete conceder taxas de juros mais baixas aos trabalhadores e ajudar a reduzir o endividamento dos brasileiros.
No entanto, com o acesso ao crédito facilitado, é importante ter prudência na hora de contrair um empréstimo, para evitar que a ‘ajuda’ não se torne um problema. “Você tem que usar o crédito a seu favor, para não criar uma armadilha contra você”, adverte o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em entrevista ao Passando a Limpo desta sexta-feira (14), na Rádio Jornal.
“O crédito é bom quando você necessita, ou seja, para uma emergência, para um investimento, ou, eventualmente, para trocar uma dívida mais cara para uma dívida mais barata”, orienta o dirigente do Ministério.
Ele afirma que o programa foi criado para ajudar os trabalhadores, mas que o governo e os bancos estão cientes dos riscos de endividamento e tomarão medidas para conscientizar a população, como a comunicação pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, plataforma onde será possível solicitar o crédito.
“Todos nós estamos empenhados em alertar os trabalhadores, vamos fazer alerta na carteira profissional, que tem um canal onde a gente pode mandar mensagens, buscando criar uma consciência”, afirma Marinho.
O ministro também diz que há uma mobilização para promover a educação financeira. Segundo ele, o governo está estimulando sindicatos a falarem sobre o tema. O titular da pasta também fez um apelo à imprensa, pedindo que os veículos de comunicação reservem “três minutos por dia” para alertar a população.
Umas das medidas para evitar que os trabalhadores percam o controle é a chamada ‘margem de consignação’, que limita o comprometimento com um empréstimo em até 35% do salário do empregado. “Você não pode ultrapassar 35% da renda do trabalhador, porque ele tem outras obrigações”, enfatiza o ministro.
Juros mais baixos
O chefe do Ministério do Trabalho afirma que, se usado corretamente, o novo programa pode ajudar a reduzir dívidas já existentes, com a possibilidade de migração de empréstimos já contratados pessoalmente para o novo modelo de crédito consignado, que promete ter juros mais baixos.
Ele diz que o presidente Lula mandou recados diretamente às presidências dos bancos públicos pedindo para que ‘caprichem’ e sejam ‘agressivas’ na oferta de juros baixos para o Crédito Trabalhador.
Segundo o ministro, o Banco do Brasil vai liderar esse processo, “oferecendo a menor taxa possível que eles possam". Mas ele garante que bancos privados “também vão entrar com tudo” com os juros reduzidos. “O trabalhador poderá fazer um verdadeiro leilão do seu desejo de obter crédito”, afirma.
Com o oferecimento de juros mais baixos e a possibilidade de renegociar empréstimos mais caros, reduzindo o endividamento, Marinho adverte novamente para os cuidados que o trabalhador deve ter a fim de evitar cair em uma ‘armadilha’ e acabar contraindo dívidas extras.
“Quando se reduz um empréstimo para uma taxa mais baixa, ele abre espaço para mais empréstimo, mas só faça se você efetivamente precisar”, adverte, explicando que os juros mais baixos criam uma ‘folga’ no orçamento do trabalhador, que deve ser usada de forma estratégica.
“Nós queremos facilitar a sua vida, mas depende da sua gestão”, complementa.
Crédito do Trabalhador
O programa que oferece crédito consignado para trabalhadores em regime CLT foi anunciado pelo governo federal nesta semana. A partir do dia 21 de março, quem tem registro formalizado na carteira de trabalho já poderá solicitar empréstimos.
No modelo de crédito consignado, os juros geralmente são mais baixos, porque as parcelas do empréstimo são descontadas diretamente da folha de pagamento do trabalhador. Além disso, no novo programa, os bancos têm como garantia até 10% do FGTS e o valor integral da multa rescisória, em caso de demissão.
Para contratar crédito, os trabalhadores poderão solicitar o serviço diretamente no aplicativo da Carteira Digital de Trabalho, onde será possível conferir as ofertas de empréstimos disponíveis.
Confira.
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