EMPRÉSTIMO AUXÍLIO BRASIL: Auditoria da Caixa e órgãos de controle investigam empréstimos do Auxílio Brasil durante o governo Bolsonaro
Empréstimo Auxílio Brasil passa por investigações de auditorias da Caixa e órgãos de controle

A fiscalização e a auditoria interna da Caixa Econômica Federal, e alguns órgãos de controle, estão investigando o empréstimo concedido aos beneficiários do Auxílio Brasil, programa que modificou o Bolsa Família durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além do programa de microfinanças do banco. As informações são da Folha de São Paulo.
Segundo a presidente da instituição financeira, Rita Serrano, ambos os programas são "discutíveis" e foram implementados durantes as proximidades das eleições de 2022, com um pedido excessivo ao endividamento da população vulnerável", declarou nesta terça-feira (30) em seu perfil no Twitter.
Rita Serrano. - Valter Campanato/Agência Brasil
"Ao assumir a presidência, deparei-me com os desafios recorrentes das iniciativas adotadas pela gestão anterior, especialmente os programas de Empréstimo do Auxílio Brasil e de Microfinanças, implementados durante o governo Bolsonaro", salientou.
De acordo com Rita, a inadimplência do programa de microfinanças excedeu 80%, e a maior parte das perdas serão cobertas pelo Fundo Garantidor de Microfinanças (FGM), aprovada pela lei 14.438/2022, que usará recursos do FGTS.
EMPRÉSTIMO DO AUXÍLIO BRASIL INVESTIGADO
No caso do Empréstimo do Auxílio Brasil, "a inadimplência ainda se mantém sob controle, visto que os pagamentos são descontados na fonte", afirmou.
A presidente da Caixa disse que o banco paralisou as operações desse programas no início de sua gestão.
No período em que estava disponível para contratação, o empréstimo consignado do Auxílio Brasil "alcançou uma expressiva marca de R$ 7,6 bilhões para 2,97 milhões de clientes apenas na Caixa Econômica Federal, sem contar os demais agentes financeiros".
A Caixa foi o principal agente financeiro desse tipo de empréstimo.
"Já o programa de Microfinanças envolveu mais de R$ 3 bilhões e atendeu a 3,86 milhões de clientes", pontuou.
Serrano, que era representante dos funcionários da Caixa Econômica Federal no Conselho de Administração da instituição na coordenação anterior, declarou que já havia manifestado preocupação em relação aos programas quando era conselheira.
"A Falta de cumprimento do planejamento orçamentário do banco devido a ações casuísticas, aliada à instabilidade na gestão causada por denúncias de assédio contra o principal dirigente da instituição, resultou em consequências para a manutenção das linhas de crédito da Caixa, as quais sofreram oscilações no segundo semestre de 2022”, afirmou.
O ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, comandou o banco durante boa parte da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem era próximo, e só foi exonerado depois que denúncias de assédio sexual e moral vieram a público.