O que é o golpe do emprego, como identificar e não cair
Com 11,9 milhões de desempregados, segundo o IBGE, o Brasil virou terreno fértil para golpe do emprego através das redes sociais

O Brasil tem 11,9 milhões de desempregados. Desses, 29% (cerca de 3,4 milhões), estão há mais de dois anos sem trabalho formal. Os números do IBGE, relativos ao primeiro trimestre de 2022, por si só, mostram porque golpes envolvendo ofertas falsas de empregos estão em alta no País.
O que é o golpe do emprego falso?
Começa com um anúncio, divulgado através de redes sociais, oferecendo cursos on-line (que não existem de fato) ou ofertas de emprego. Os cursos anunciados são de curta duração com promessa de contratação no final; já para ter acesso as vagas de emprego, é necessário o pagamento de uma taxa. Muitas vezes o golpe se encerra com o envio de dinheiro por parte do candidato. Em outra modalidade, não há cobrança nenhuma. O golpe está no sequestro dos dados pessoais do candidato através da ficha inscrição. Esse dados podem ser utilizados pelos golpistas para falsificar documentos, fazer empréstimos e financiamentos fraudulentos ou até mesmo abrir empresas.
Como funciona
A vaga de emprego falsa é divulgada por meio de links enviados por SMS, WhatsApp ou em anúncios do Instagram. Podem ser utilizados nomes de empresas conhecidas no mercado. Ao acessar o link, o usuário é levado a preencher um formulário com seus dados pessoais, como nome completo, filiação e CPF. Esse tipo de golpe acontece regularmente, mas tem maiores registros no segundo semestre, por conta da demanda por mão de obra temporária típica do período natalino.
Como se prevenir
Segundo a PSafe, empresa de cibersegurança, existem alguns pontos que podem levantar desconfiança ao receber uma oferta de vaga de emprego por redes sociais.
Genéricas
As mensagens de vagas de emprego falsas geralmente são genéricas, destinadas a qualquer pessoa, com poucas ou nenhuma exigência em relação a formação ou experiência profissional. A regra é facilitar o máximo para atrair o maior número de pessoas.
Gramática
Outra característica comum são os textos com erros gramaticais e mensagens mal redigidas, com conteúdo confuso.
Fique esperto
O WhatsApp tem se tornado o principal meio de disseminação por conta do seu grande poder de viralização. Mas dificilmente as empresas usam esse tipo de rede para efetuar contratações. Por isso, redobre a atenção quando receber uma vaga pelo app de mensagem, mesmo que tenha sido enviada por amigos ou familiares. Eles podem ter compartilhado a mensagem sem saber exatamente do que se trata. Desconfie também se a empresa exigir que o anúncio seja compartilhado. É uma forma de usar o seu nome para espalhar o golpe entre seus conhecidos.
Antivírus
Uma forma eficaz de saber se a mensagem é verdadeira é manter um antivírus instalado no celular. Ele detecta e avisa se um link é perigoso assim que você recebe uma mensagem de origem duvidosa.
Verifique o site
Se a empresa que está oferecendo a vaga de emprego é conhecida, faça uma busca pelo site dessa empresa. Veja se ela tem outras sessões, como menu, página inicial, informações institucionais sobre a empresa ou canais de contato. Se for uma empresa desconhecida, pesquise no Google e em sites de reclamações como o "Reclame Aqui", sobre possíveis queixas e denúncias de golpes.
Não forneça dados pessoais
Até certeza de que não se trata de um golpe, não forneça seus dados pessoais, sobretudo senhas de acesso a redes sociais. Nem compartilhe com seus familiares e amigos.
Desconfie das remunerações oferecidas e prazos curtos
Geralmente os anúncios de vagas de emprego falsas vêm acompanhados do valor do salários. Desconfie de remunerações elevadas para funções simples. Anúncios com aviso de "Urgente", ou "último dia para a inscrição" também são armadilhas para que o candidato não tenha tempo de pesquisar antes de cair no golpe.