
Com boa parte do primeiro semestre de 2020 tendo bares e restaurantes fechados, a Beam Suntory, terceira maior produtora de destilados do mundo, acompanhou as mudanças do consumo de bebidas durante a pandemia. Fechando no mês passado seus primeiros 12 meses com operação própria no Brasil, a companhia viu o seu carro-chefe no Nordeste, o whisky Teacher's, que detém mais de 30% do market share no Recife, manter desempenho equivalente ao apresentado no semestre passado, quando avançou 20% nas vendas.
A virada do ano foi complicada para a marca de whisky. “Outras marcas cresceram acima de Teacher’s, e foi muito em função dessa nova atividade própria no mercado. Na virada do ano, tivemos uma combinação complicada para a marca, resolvemos deixar de ser engarrafado no Brasil e importar já engarrafado da Escócia. A mudança trouxe aumento de preço, passamos um pouco do reajuste, mas isso não nos tirou do posicionamento democrático. O pequeno reajuste no preço e a pandemia acabaram afetando o resultado, porque metade do consumo de whisky acontece no canal on trade (bares, restaurantes e eventos)”, explica o presidente da Beam Suntory para a América do Sul, Walter Celli.
Com a proposta de venda no Brasil do whisky 100% importado, a Beam repassou ao consumidor um acréscimo perto dos 10%, elevando o preço do rótulo mais acessível para em média R$ 36,90.
“Por sorte nossa, o resto do portfólio focado no Sul, mas com penetração e distribuição nacional, como o Jim Beam (whisky) e Larios (gin), teve crescimento de 300% e ajudou a recompor a perda pelo fechamento do canal on trade”, justifica Celli.
O resultado da marca Teacher's, mesmo assim, ainda foi acima da expectativa de 10% feita para esse primeiro semestre. Levando em conta só as vendas no varejo, a marca cresceu 30%, tendo um pico de 400% nas vendas, segundo a Beam Suntory, no último mês. “Diferente de outras regiões, no Nordeste se faz muito uso do varejo de bairro. Entre abril e maio os supermercados de vizinhança não estavam sendo atendidos pelos distribuidores, por todas as complicações da pandemia, mas tivemos um pico de venda com a volta do consumo e do abastecimento, o que permitiu igualar o resultado do ano passado”, diz a gerente de marketing da Teacher’s, Sylvia Sarubbi.
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O nordeste corresponde hoje à 90% das vendas da marca de whisky no País, mas a Beam está ampliando os horizontes. A dona da cachaça 51 - Cia. Müller de Bebidas - firmou acordo para distribuição do Teacher’s nas demais regiões do Brasil, alcançando novos 500 mil pontos de venda. A expectativa é aumentar a representatividade do Centro-Sul para 15% em um ano.
Para estreitar a relação com Pernambuco, hoje começa a rodar uma campanha publicitária da marca com cenas gravadas no Recife, São Paulo e na Escócia, apresentando inclusive o que mudou com a importação da bebida já engarrafada, que representa 25% mais vendas do que o Teacher’s’ nacional, mesmo com a elevação do preço. Na capital pernambucana, a Beam também avança com a comercialização do gin Larios, que apresentou volume de vendas 5 vezes maior nos últimos dois meses. Até setembro, devem chegar ainda ao mercado brasileiro os whiskies Hibiki e Yamazaki, linha premium na faixa de preço de até R$ 700.
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