TRAGÉDIA EM BRUMADINHO: 19 indiciados pela PF ainda tem nomes em sigilo; confira os detalhes
Na época, a PF informou que o relatório foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) e que o órgão deveria decidir se levava o caso à Justiça contra os 19 indiciados.

Já passa de mais de um ano que o inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a tragédia em Brumadinho (MG) está com o relatório final mantido em sigilo.
Desde novembro de 2021 que as investigações foram encerradas indiciando 19 pessoas, cujos nomes ainda não foram divulgados.
Na época, a PF informou que o relatório foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) e que o órgão deveria decidir se levava o caso à Justiça contra os 19 indiciados.
O MPF não comenta sobre o resultado da investigação e não explica os motivos pelos quais não houveram desdobramentos em nenhum processo criminal.
Boate Kiss e Brumadinho
A jornalista Daniela Arbex, autora dos livros "Todo dia a mesma noite", que retrata o caso da Boate Kiss e "Arrastados", que conta a história da tragédia em Brumadinho, fez uma publicação sobre os casos nas redes sociais.
Segundo ela, ambas tem uma coisa em comum: "a impunidade". Daniela, que escreveu sobre o episódio da Boate Kiss em livro e que neste mês, foi adaptada para uma série na Netflix, fez uma publicação criticando o sistema de Justiça brasileiro que não "deu uma resposta" às famílias que perderam seus entes.
"Amanhã o desastre da barragem de Brumadinho completa 4 anos. No dia 27 de janeiro, o incêndio da boate Kiss completa dez anos. O que essas duas tragédias-crime tem em comum? A impunidade.
Nenhuma das pessoas responsáveis pela morte de 514 brasileiros (soma dos mortos nos dois casos) está presa. Chegamos até aqui sem que o sistema de justiça tenha conseguido dar uma resposta a todas essas famílias.
Construir a memória coletiva do Brasil é urgente, porque esquecer é negar a história. O silenciamento só beneficia os autores desses crimes.
Amanhã, quando Brumadinho se lembrar mais uma vez da ausência de tantos amores, a minissérie Todo dia a mesma noite, que estará liberada a partir das cinco horas da manhã na Netflix, fará sua parte: a de não deixar esquecer.
A série não se omite ao lembrar os filhos do Rio Grande do Sul, mas também os de Minas Gerais e de tantos outros lugares, em uma das cenas mais emocionantes desse projeto.
Todo dia a mesma noite reverbera todas essas vozes e promove uma reflexão profunda sobre o longo caminho da busca por justiça no Brasil.
É que a falta de justiça dói tanto quanto a morte. Por memória. Por justiça. Para que não se repita".
A escritora Daniela Arbex fala do impacto do seu livro Todo Dia a Mesma Noite no caso Boate Kiss