Pernambuco: confira dez lançamentos da música local ao longo de janeiro
O Jornal do Commercio preparou uma lista com singles, videoclipes e álbuns de artistas integrantes de diferentes gêneros e gerações; confira:

O mês de janeiro foi bastante produtivo para a música pernambucana. Entre o primeiro dia do ano e ontem, o derradeiro 31, foram lançados singles, videoclipes e álbuns cheios, muitos deles com participações de artistas também de fora do Estado. O Jornal do Commercio preparou uma lista com dez desses trabalhos, que abarcam diferentes gêneros e gerações musicais. O último listado é um bônus. Confira abaixo.
SINGLES
Dizin - Human Bomb (Explode)
Dizin, apelido e nome artístico de João Diniz Lira, estreou na trajetória solo já com duas surpresas na manga. Primeiro, o single, Human Bomb (Explode), na última sexta-feira (29). Depois, a notícia de que o trabalho completo, o álbum The Time Has Come, estará disponível a partir de 30 de abril. Duas outras faixas devem ser liberadas até lá. Músico, multi-instrumentista, designer multimídia e produtor musical, ele é também vocalista e guitarrista da banda Desatentos. Apesar de ter nascido em São Paulo, Dizin, 18 anos, tem raízes em Pernambuco: é filho de José Paes de Lira, Lirinha, vocalista do Cordel do Fogo Encantado. Human Bomb foi produzida por Martin Mendonça (guitarra/Pitty) e tem André Dea (Supercombo/Violet Soda/Sugar Kane) na bateria.
Fernandes - Norte
"Um registro sobre autocuidado e celebração entre ser / estar" é como o músico Fernandes apresenta sua Norte, trabalho disponibilizado para audição em 14 de janeiro. "Breve e intenso, como um suspiro. Onde o foco não é no horizonte, mas no ao redor. Num contemplar pra dentro. Na celebração entre o ser e o estar", continua ele, que teve Bonanza, seu álbum de estreia, eleito o melhor na categoria Pop no prêmio da música de Pernambuco. Norte foi produzida de forma remota durante a quarentena e integra uma série de lançamentos agendados pelo artista para o decorrer de 2021.
Jam da Silva - Leve e de Brisa
Leve e de Brisa é a nova canção de Jam da Silva, lançada no dia 22, junto a um videoclipe. "Se eu tô leve não tem ninguém que diz que não vai dar / Se vou leve não tem ninguém que diz que não vai dar", canta Jam, na composição produzida por ele e assinada em parceria com Mani Carneiro. Já o videoclipe, com registros de Jam em meio à natureza, tem direção e fotografia de Max Levay. Leve e de Brisa estará no próximo disco de Jam da Silva, o terceiro solo do cantor, compositor e instrumentista, sucessor de Dia Santo (2008) e Nord (2013).
Karla Gnom part. Bione e Lety - Hitzada
A DJ e beatmaker Karla Gnom convidou a rapper Bione e a cantora e compositora Lety para a sua Hitzada. A faixa trap, com batidas eletrônicas, está desde 22 de janeiro nas plataformas de streaming e também no YouTube, onde ganhou versão em videoclipe. Produção, mixagem e masterização instrumental de Hitzada são de Karla Gnom, que também roteirizou e dirigiu o clipe. A DJ de 21 anos lançou, ainda, um concurso, que premiará quem gravar o melhor vídeo reproduzindo a coreografia da música. As regras para participar estão no perfil @djkarla.gnom no Instagram.
Lenine - Where Do The Children Play?
Também houve espaço para releituras entre os lançamentos do mês que inaugurou o ano. Lenine, por exemplo, lançou mão de uma reinterpretação para Where Do The Children Play?, do britânico Cat Stevens. A música integra o clássico Tea for the Tillerman, álbum de 1970. Já a na voz de pernambucano é parte do projeto Girão Sessions, que convida músicos consagrados para fazer releituras inesperadas. Zé Renato, MPB4 e Frejat são alguns dos outros participantes.
Maestro Forró e OPBH - Pra Tirar Coco
Mais uma nova interpretação. Às vésperas do Carnaval 2021, com festas canceladas devido à pandemia, o Maestro Forró convocou sua Orquestra Popular da Bomba do Hemetério e trouxe uma versão de Pra Tirar Coco, antiga conhecida do repertório de festejos juninos. "Interagimos com o frevo, a música junina e o bolero", diz Forró sobre a nova roupagem. Com clipe gravado na Praia do Paiva e no Conchittas Bar, no Recife, Pra Tirar o Coco entrará na tracklist do próximo álbum da OPBH, cujo lançamento está previsto para o segundo semestre.
Mazuli - Raspe com a Colher
Integrante do coletivo Reverbo, o jovem Mazuli tem apenas 24 anos, mas já prepara o primeiro álbum como comemoração pela frutífera carreira construída ao longo dos últimos cinco. Antes de a bolacha chegar, ele decidiu deixar os ouvintes com um gostinho de quero mais ao soltar Raspe com a Colher, em que canta sobre um amor arrebatador, "à flor da pele por parte de um, e de uma falta de atenção do outro", nas palavras dele. A música pode ser ouvida desde o dia 22. Para quem prefere a versão audiovisual, o clipe, roteirizado pelo artista e dirigido por Cezar Maia, está liberado no YouTube desde 29 de janeiro. Mazuli atua no vídeo, junto a Inês Maia e Dielson Pessoa. As gravações aconteceram em casarões históricos do Recife. Já o figurino foi elaborado por Amanda Brindeiro. A tempo: Mazuli recebeu o prêmio de artista revelação na última edição do Festival Rock na Calçada.
Samico part. Bárbara Eugênia - Coração
Por causa do distanciamento necessário para conter a pandemia de covid-19, muitas das produções lançadas ao longo de 2020 e começo de 2021 foram feitas a distância. É o caso de Coração, música de Samico, com participação da cantora fluminense Bárbara Eugênia. A composição, aberta ao público no dia 15, parte de relatos íntimos do artista, retratando “um momento de mergulho interior e autorresgate”, além de uma aproximação maior da MPB. “Escrevi só mais uma canção, pra acalmar a minha solidão que mata. Toda vez que eu tocava essa música, uma ferida se curava”, conta o cantor e compositor. A versão audiovisual foi inspirada na euritmia, arte expressiva do movimento que, para o trabalho de Samico e Bárbara, ganhou a concepção de Raíssa Sarmento — são dela as mãos que aparecem dançando em preto e branco cena na inicial. Coração foi produzida por Samico e Luccas Maia. Já a direção de fotografia e edição do clipe são de Tágory Nascimento.
Torre - Ingazeiro
A banda Torre tem compartilhado com o público canções integrantes do EP Lado B, que reúne composições ligadas ao universo proposto em Pág. 72, segundo disco do grupo, lançado em novembro de 2019 com show no Festival No Ar Coquetel Molotov. Foi assim com A Mãe que Beija Seu Filho, disponibilizada em 24 de novembro. A mais recente delas é Ingazeiro, que chegou a público à meia-noite do último dia 19. "Ingazeiro é uma canção conto de fada, que resgata memórias de um episódio da infância, onde crianças brincam sobre os galhos mortos de uma árvore recém derrubada. A canção traz em sua forma reflexões sobre vida e morte, deixar e aprender", diz a banda. A música pode ser ouvida em todas as plataformas digitais.
ÁLBUM
Hanni Palecter - Volume 1
O abre-alas de 2021 também presenteou o som pernambucano com disco completo. Hanni Palecter é o pseudônimo de um projeto de rap experimental recifense assinado por um artista cuja identidade não é revelada. A mistura de batidas eletrônicas, rap e nuances lo-fi se alinha à "proposta sonora distópica, que nasceu em meio a neurose do mundo pandêmico e ironiza a falta de conteúdo do rap cantando em língua própria, expondo anseios tão humanos e cada vez menos entendidos por nós mesmos".
Os samples são propositalmente repetitivos, remetendo às recorrências do dia a dia e ao incômodo de estar preso dentro da própria consciência. O álbum foi batizado Volume 1 e tem a marca do Hominis Canidae REC, selo do blog Hominis Canidae, de Diego Pessoa. Disponível nas plataformas de streaming, no YouTube e pelo hominiscanidaerec.bandcamp.com.
BÔNUS:
Semper Volt - Arrepiou
É fato que o Semper Volt, projeto do recifense João Tenório, lançou Cristal, álbum sucessor dos EPs Flamboyant (2017) e Leve (2018), ainda em 2020. Mas merece menção porque foi em 21 de janeiro de 2021 que Arrepiou, terceira faixa do registro, ganhou um videoclipe bem produzido, apesar de todo feito respeitando o isolamento social. Para isso, foram utilizados "um iPhone, light sticks, tecidos, um strobo de luz negra e material de arquivo da Nasa", diz o artista. O registro para a música de Semper Volt foi dirigido por João Tenório, com montagem e efeitos visuais por Vinicius Prado Martins, criação e animação de objetos e efeitos de cena a cargo de Maria Cristina Motta e gráficos assinados por Gabriel Dietrich.