RARIDADES

Mariah Carey mostra a evolução de sua música em disco de raridades

Cantora presta celebra 30 anos de uma das carreira mais bem sucedidas da música pop

José Teles
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José Teles
Publicado em 17/10/2020 às 2:00
DIVULGAÇÃO
Mariah Carey disponibilizou o álbum nas plataformas digitais em 2020, após campanha dos fãs - FOTO: DIVULGAÇÃO
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A biografia The Meaning of Mariah Carey chegou às livrarias ao mesmo tempo em que o álbum Rarities pousava nas lojas e plataformas por streaming. Ambos fazem parte da celebração particular da cantora aos seus trinta anos de carreira, contados a partir do álbum Mariah Carey, sua estreia na Sony Music, em 1990. Para os fãs, ela não poderia ter-lhes dado melhor presente. Rarities traz um disco com 15 canções inéditas, outro com o áudio de um show da turnê Daydream Tour no Japão (a edição japonesa contém um Blu-ray com esse show).

As canções são antigas, de início de carreira, algumas de um pouco antes, foram tiradas do fundo do baú. Algumas estavam prontas, outras foram terminadas, parte é inédita, parte de lados B de singles. Pelo menos metade, embora Mariah seja dos anos 90, tem sabor anos 80 (ela chegou à gravadora em 1988). É difícil entender porque as duas canções iniciais de Rarities estiveram arquivadas durante tanto tempo. Seriam certamente mais dois grandes hits para a coleção de Mariah Carey. A primeira, de 1990, Here We Come Around Again, é feita na cola de Michael Jackson, e ele não hesitaria em assiná-la.

De 1991, a segunda, Can You Hear Me, é um baladão. Em ambas, ouve-se a voz privilegiada, e fartas em oitavas, de Mariah Carey. Ela e Whitney Houston fizeram escola, e poucos alunos bons. Impuseram o estilo torturante que se escuta em programas de calouro da TV, coisas feitas The Voice, em que moças e rapazes confundem cantar com se esgoelar.

Can You Hear Me é candidata a virar hit da calourada, pelos impagáveis agudos que Mariah Carey distribui ao longo da canção. Ao longo das 15 canções, pode-se acompanhar o desenvolvimento do estilo da cantora, do pop que seguia uma linha implantada por Madonna, à aproximação com a black music, sobretudo com o rap. Mesmo quem não aprecia esta linha musical, reconhece que Mariah Carey tinha o domínio do que fazia, é autora de todas as canções, e produziu a maioria. Gravações com uma perfeição quase asséptica, previsíveis, mas inegavelmente bem feitas.

O álbum ao vivo em Tóquio, como se dizia antigamente, é um "must" para os fãs da cantora, no auge, em 1996. Ao vivo, ela esbanjava carisma e energia, com um repertório de hits, que tocaram mundo afora, e ainda continuam favoritos das FMs, feito I Don't Wanna Cry, música que tem o melhor e o pior de Mariah Carey.

No estilo ela foi uma das melhores de sua época, ótima voz, afinadíssima (se bem que com a evolução de equipamentos de estúdio, afinação se tornou dom secundário), mas peca pelo excesso de agudos (emenda um no outro). Um disco que é mais ou menos um complemento para a badaladíssima biografia The Meaning of Mariah Carey.

 

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