
O caruaruense Luis Jacinto da Silva, cômico, ator e cantor, que usava o nome artístico de Coroné Ludugero, um dos maiores fenômenos de popularidade no Norte e Nordeste, nos anos 60, morria, aos 41 anos, num dia 14 de março de 1970, num acidente aéreo, quando o avião em que viajava com sua equipe, já se aproximando do aeroporto de Belém, caiu na baía de Guajará-Mirim causando uma intensa comoção entre seus milhares de admiradores. O corpo de Luiz Jacinto só encontrado 15 depois.
A aeronave da Paraense Transportes Aéreos levava 36 pessoas, entre passageiros e tripulantes. 31 Morreram, entre elas o também cômico e ator Irandir Costa, o Otrope, que contracenava com o Coroné Ludugero, um ex-empregado dos Correios e Telégrafos, histriônico, talentoso, que teve a sorte de ser contemporâneo de um não menos talentoso autor de textos, e também ator, o radialista, produtor, redator, compositor, também caruaruense Luiz Queiroga. Foi Queiroga que criou do personagem Ludugero, com participação de Hilton Marques, inspirado num tipo engraçado, chamado Ludugero que morava em Caruaru.
Sempre com textos de Luiz Queiroga, e muito improviso, O Coroné Ludugero fez muito sucesso inicialmente na Rádio Cultura de Caruaru, em seguida veio para o Recife, e sua trupe foi aumentando. Primeiro com Dona Rosinha, sua mulher, interpretada pela radialista Rosa Maria. Depois Rosinha virou Felomena, agora com Mercedes del Prado vivendo o personagem, em seguida Irandir Costa, e Luiz Queiroga como “Seu Mané”, e eventuais participações.
DISCOS
O Coroné Ludugero começou gravando na Rozenblit, em 1964, os últimos 78 rotações da gravadora, depois foi para a CBS em que, além de LPs, compactos, participava da célebre série de forró Pau de Sebo, produzida pelo sanfoneiro Abdias. Os discos do Coroné Ludugero eram de esquetes entremeados de arrasta-pés, marchinhas juninas, boa parte de Luiz Queiroga, ou Onildo Almeida, que faziam imenso sucesso no rádio, tornando o Coroné Ludugero, sem exagero, tão popular quanto Luiz Gonzaga.
Suas apresentações, também mesclada com esquetes e músicas tinham ingressos esgotados. Viam-se filas quilométricas diante dos espaços onde ele faria shows, geralmente clubes sociais, quadras de colégios. Quando morreu, o Coroné Ludugero já era nome nacional, atuava no Rio de Janeiro, passou pelas TV Tupi e TV Globo, mas seu público estava mesmo no Norte/Nordeste.
SUCESSORES
Jacinto fazia um personagem de estilo tão forte que, imediatamente, à sua morte, surgiram muitos imitadores do Coroné Ludugero, seguindo a fórmula que ele arquitetou com Luiz Queiroga. Entre outros teve como imitadores o Coroné Ludru, Seu Macambira, Seu Pajeú, o Coroné Caruá, o próprio Mução, que tanto sucesso faz hoje no rádio, tem muito de Ludugero. Seu Pajeú e Zé Macambira gravaram disco pela CBS, com músicas de Luiz Queiroga, que também participou do LP. Mas nenhum conseguiu o mesmo arrebatamento que o Coroné Ludugero causou, durante seus pouco mais de cinco anos de carreira.Todos os textos, e letras das músicas escritos por Luiz Queiroga para o Coroné Ludugero e sua turma estão incluído no livro Luiz Queiroga – O Humilde Imenso – O Criador do Coronel Ludugero, de Mevinha Queiroga, edição da autora, publicado em 2006.
Comentários