FOTOGRAFIA | Notícia

Exposição "Inventário Verde da Boa Esperança" chega ao Recife com registros do cotidiano de comunidades tradicionais

Mostra reúne fotografias da comunidade Boa Esperança e promove conexões com Caranguejo Tabaiares por meio de oficinas e debates

Por JC Publicado em 16/04/2025 às 10:18

Entre os dias 16 e 30 de abril, o Recife recebe a exposição "Inventário Verde da Boa Esperança", do artista piauiense Maurício Pokémon. A mostra reúne registros do cotidiano da comunidade Boa Esperança, em Teresina, e propõe conexões com a comunidade Caranguejo Tabaiares, localizada na capital pernambucana.

A exposição integra o Circuito Funarte de Artes Visuais Marcantonio Vilaça 2023 e traz fotografias produzidas entre 2017 e 2019, que documentam práticas e relações entre moradores da Boa Esperança e o território onde vivem. As imagens destacam atividades de agricultura familiar, elementos do cotidiano e objetos que se misturam à paisagem urbana e natural.

A abertura acontece no dia 16, com uma roda de conversa entre Sarah Marques (PE) e Maria Lúcia Olivier (PI), representantes das duas comunidades. A mediação será do próprio artista. A programação inclui também vivências entre coletivos, um mutirão para construção de um espaço de encontro, além de uma oficina de fotografia e fanzine, ministrada por Pokémon. Todas as atividades são gratuitas e contam com recursos de acessibilidade.

A comunidade Boa Esperança é um território tradicional ribeirinho na região onde viviam os indígenas Potys, em Teresina. Nos últimos anos, vem desenvolvendo ações voltadas à preservação de seus modos de vida, como o Memorial Casa Maria Sueli Rodrigues, o Museu da Resistência Boa Esperança e a Biblioteca Afroindígena Entre Rios.

De acordo com o pesquisador Raphael Fonseca, as fotografias expostas evitam um olhar idealizado sobre a vida nessas comunidades.

“Essas fotografias trazem aspectos da agricultura familiar desenvolvida nesses espaços. Halteres feitos de cimento, uma toalha de banho que traz um tigre estampado, padrões coloridos de roupas que imitam a natureza e outros objetos industriais desconstroem a possibilidade de uma imagem romântica e bucólica desse cotidiano”, afirma.

A proposta do projeto é contribuir para o fortalecimento de estratégias coletivas de resistência e promover encontros entre territórios com realidades semelhantes.

Depois de passar por Teresina, São Paulo e Belo Horizonte, a exposição chega agora ao Recife, encerrando mais uma etapa do percurso iniciado em 2019.

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