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Academia Pernambucana de Letras faz homenagem a Marcos Vilaça em 'Sessão da Saudade'

Evento celebrará a trajetória do advogado, jornalista e poeta que faleceu em março. Sessão acontece nesta segunda-feira (14) e é aberta ao público.

Por Rodrigo Fernandes Publicado em 13/04/2025 às 11:45

A Academia Pernambucana de Letras (APL) realiza, na tarde desta segunda-feira (14), a "Sessão da Saudade" em homenagem ao advogado, jornalista e poeta Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça, que faleceu no dia 29 de março, aos 85 anos.

O evento é uma tradição da academia para homenagear e celebrar a trajetória de um membro após o seu falecimento. A sessão é aberta ao público e acontecerá às 15h, na sede da APL, no bairro das Graças, no Recife.

Na programação, está prevista uma palestra do advogado e escritor José Paulo Cavalcanti Filho, também membro da APL, que deverá falar sobre a importância de Marcos Vilaça em todas as áreas em que atuou.

Como de costume, o encontro também abrirá as inscrições para os interessados em ocupar a cadeira deixada pelo acadêmico falecido. Marcos Vilaça ocupava a cadeira de número 35 da Academia Pernambucana.

Os interessados terão até o dia 14 de maio para fazer suas inscrições. Depois disso, a eleição será feita internamente entre os membros da academia.

De acordo com o presidente da APL, Lourival Holanda, a homenagem reverenciará a importância de Marcos Vilaça.

"Ele foi uma figura importante em diversas áreas, uma espécie de baluarte para nós, das letras, como também no mundo jurídico", afirmou ao JC.

A também acadêmica Margarida Cantarelli, que era amiga de Marcos Vilaça e dividiu com ele a docência da disciplina de Direito Internacional na Faculdade Pernambucana de Direito, diz que o trabalho de Vilaça foi fundamental para a APL.

"Ele teve uma importância muito grande para a APL, não só ajudando a conseguir a sede onde hoje hoje ela está instalada, como também no papel de recuperação da casa, para que pudesse funcionar a academia. Foi presidente, teve mandato cheio de realizações. A academia é devedora a Vilaça por tantas obras e tantos feitos em benefício da sede e da promoção do funcionamento da academia", declarou.

Quem foi Marcos Vilaça

Natural de Nazaré da Mata, no interior de Pernambuco, Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça ocupava a cadeira 26 na Academia Brasileira de Letras desde 1985, na sucessão do jornalista e poeta pernambucano Mauro Mota. Entre os anos de 2006 e 2007 e entre 2010 e 2011, presidiu a academia.

Também fez parte da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Brasiliense de Letras. Ainda foi ministro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU).

Filho único de Antônio de Souza Vilaça e Evalda Rodrigues Vilaça, ele nasceu em 30 de junho de 1939. Foi casado com Maria do Carmo Duarte Vilaça (já falecida) e, juntos, tiveram três filhos: Rodrigo Otaviano, Taciana Cecília e o marchand Marcantônio (falecido em 2000).

Em 1958, publicou a obra Conceito de Verdade, que tratava do discurso que pronunciou no Salão Nobre do Colégio Nóbrega em dezembro de 1957, na condição de orador da turma de concluintes do Curso Clássico. No mesmo ano, publicou A Escola e Limoeiro. Já em 1960 lançou as crônicas de viagem Americanas.

Em 1961, Vilaça publicou um dos seus trabalhos literários de maior sucesso: Em torno da Sociologia do Caminhão, que recebeu o prêmio Joaquim Nabuco da Academia Pernambucana de Letras.

Também é autor de obras como "Nordeste: Secos & Molhados" (1972), "Recife Azul, líquido do céu" (1972), "O tempo e o sonho" (1984) e "Por uma Política Nacional de Cultura – Ministério da Educação e Cultura" (1984).

Marcos Vilaça faleceu aos 85 anos, em decorrência de falência múltipla de órgãos.

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