Fotografia | Notícia

Pequeno Encontro da Fotografia divulga programação completa da 10ª edição com o resultado das convocatórias

O festival é gratuito e acontece de maneira híbrida, com algumas atividades no Sítio Histórico de Olinda e outras realizadas de maneira online

Por Zayra Pereira Publicado em 07/03/2025 às 23:49

O festival Pequeno Encontro da Fotografia chega a 10ª edição do evento, promovendo atividades de 11 a 15 de março, inspirada no tema “A Matéria da Fotografia”.

As obras que compõem a lista foram selecionadas por meio de quatro convocatórias: a da Apresentação de Portfólio, a da Ciranda Fotográfica, a do Espaço da Pesquisa e das Projeções.

Algumas atividades ocorrem no Sítio Histórico de Olinda e outras são promovidas de maneira remota pelo site e pelo canal do Pequeno no YouTube. Todas elas têm acesso gratuito, algo possibilitado pelos recursos do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).

Nesta edição, o tema se traduz, por exemplo, na presença de obras elaboradas com técnicas mais artesanais, como antotipia e pinhole, ou alterações próprias do mundo digital, assim como na abordagem de processos criativos que flexibilizam a rigidez da câmera.

Em 2025, a programação começa pela parte online do festival. A primeira atividade desse tipo é o Espaço da Pesquisa, que neste ano tem curadoria da pesquisadora Janaína Damasceno (UERJ e UFF). Pesquisadores ligados a dez instituições de ensino, do Brasil e da Itália, falarão sobre nove trabalhos em dois painéis transmitidos ao vivo pelo YouTube e o público poderá interagir pelo bate-papo. Além disso, os textos ficarão disponíveis para leitura no site do festival.

A outra atividade promovida com participação à distância dos autores das obras é a Apresentação de Portfólio. Os realizadores do Pequeno selecionaram os cinco portfólios que fotógrafos do Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul vão mostrar ao público. A conversa também vai ocorrer por meio de transmissões ao vivo pelo YouTube e, além disso, os trabalhos serão publicados no site do festival.

PV Ferraz - Divulgação
Obra "Senhora" - PV Ferraz - Divulgação

Já as atividades presenciais, estarão concentradas no Mercado Eufrásio Barbosa (MEB), em Olinda. É nesse espaço cultural que as pessoas poderão conhecer as obras selecionadas para a Ciranda Fotográfica e escolher a sua preferida. Quem tiver o projeto mais votado receberá como prêmio dez impressões em tamanho A4 (em papéis formatados ou canvas), em parceria com o ADI – Atelier de Impressão, um kit de fotolivros e a publicação do trabalho no site do festival.

À noite, chega o momento de assistir às obras escolhidas para as Projeções e às Palestras dos convidados desta edição do evento: a artista visual e pesquisadora Maria Vaz (MG), o artista visual e professor Dirceu Maués (PA), o artista e pesquisador Mitsy Queiroz (PE) e a fotógrafa e professora Erika Tambke (RJ).

Maria, Dirceu e Mitsy também ministram as oficinas desta edição no MEB. Elas são a única atividade do Pequeno para a qual o público precisa se inscrever antecipadamente (a lista de selecionados está disponível no site do festival). Para as outras, é só chegar, mas quem já quiser sinalizar seu interesse em participar da Expedição Fotográfica já pode preencher este formulário.

Ele foi criado para facilitar a comunicação com o grupo que vai sair do MEB em um passeio pelo Sítio Histórico de Olinda. O roteiro muda a cada edição do Pequeno e só é divulgado quando se aproxima o dia da expedição. Porém, é possível dar algumas pistas: moda, história, natureza, poesia e dança estarão presentes.

A equipe do festival também adianta que não é necessário ser profissional ou ter algum equipamento específico para participar. No entanto, quem fotografar com câmera digital ou celular, terá tempo de enviar suas fotos para a projeção que será realizada durante o Café Pequeno, que é uma confraternização do festival.

Programação completa

Terça-feira (11/03)

Espaço da Pesquisa, curadoria de Janaína Damasceno (UERJ e UFF)

15h às 18h – Painel 1 Youtube

  • Entre imagens e experiências: a fotografia como resistência à normatividade de gênero em Renascendo das Águas | Talita Matos Ribeiro (UFPE) e Daniela Nery Bracchi (UFPE)
  • Mapeamento dos coletivos de mulheres na fotografia brasileira contemporânea: os processos e a criação em rede no Brasil | Charlotte Pedrosa (UFSE)
  • Fotografia, performance e maternidade: uma experimentação contemporânea | Elisa Elsie Costa Batista da Silva Beserra (UFRN)
  • Em Brasília: últimos lançamentos da moda têxtil para a primavera-verão 1959/60 | Virna Santolia (UERJ)

19h às 21h – Painel 2 Youtube

  • Histórias potenciais na memória do rompimento de Fundão: o caso da imagem feita por 6 (seis) diferentes fotojornalistas | Ana Elisa Novais (IFMG)
  • Jornal A Sirene – fotografia, documento social e solastalgia | Larissa Helena (Unesp)
  • Uma fotografia capturada no Rio de Janeiro em junho de 1968 e suas retomadas contemporâneas como construção de um imaginário em disputa | Luís Henrique Leal (UFRB) e Ludovico Longhi (UAB)
  • Para além do visível e do real: uma crise de identidade na imagem fotográfica? | Marcelo Feitosa (PUC-Rio)
  • Fantasmas trancados no porão: lacunas como possibilidade de criação poética | Luciane Bucksdricker (UFRGS)

Quarta-feira (12/3)

Oficinas de Dirceu Maués (PA), Maria Vaz (MG) e Mitsy Queiroz (PE)

9h às 12h - No Mercado Eufrásio Barbosa (inscrições encerradas)

  • Fotografia Pinhole: da construção da câmera à prática fotográfica | Dirceu Maués (PA)
  • Abordagens críticas, anarquivismos e fabulações poéticas | Maria Vaz (MG)

14h às 17h - No Mercado Eufrásio Barbosa (inscrições encerradas)

  • Poéticas do Fracasso: processos experimentais em fotografia | Mitsy Queiroz (PE)

Apresentação de Portfólio ao vivo pelo YouTube e portfólios publicados no site do festival

19h às 21h

  • Quanto Tempo Duram as Maçãs? | João Bach (Fortaleza - CE)
  • Helenas | viviane piccoli (São Paulo - SP)
  • Corpos Conflitantes + Retirada Violenta + Sim Sinhô: fotoetnografia da Comunidade Quilombola do Ausente + Modos de Ser | Nilmar Lage (Ipatinga - MG)
  • A mãe morta | Marisi Bilini (Tenente Portela - RS)
  • F.Ilha | Michelle Bastos (Brasília - DF)

Quinta-feira (13/3)

Oficinas de Dirceu Maués (PA), Maria Vaz (MG) e Mitsy Queiroz (PE)

9h às 12h - No Mercado Eufrásio Barbosa (inscrições encerradas)

  • Fotografia Pinhole: da construção da câmera à prática fotográfica | Dirceu Maués (PA)
  • Abordagens críticas, anarquivismos e fabulações poéticas | Maria Vaz (MG)

14h às 17h - No Mercado Eufrásio Barbosa (inscrições encerradas)

  • Poéticas do Fracasso: processos experimentais em fotografia | Mitsy Queiroz (PE)

Projeções e Palestras de Maria Vaz (MG) e Dirceu Maués (PA)

18h30 - No Mercado Eufrásio Barbosa (aberto ao público)

Projeções

  • Chão, fotografias, Sertão de Lembranças | Afonso Jr. (Recife - PE)
  • O céu da boca da noite | Géssica Amorim (Flores - PE)
  • Quatro Gerações | Guilherme Bergamini (Belo Horizonte - MG)
  • O Sol Daqui Brilha Amarelo | Henrique Fujikawa (São Paulo - SP)
  • Ofereco meu retrato como lembranca | JULIANA ARRUDA (São Paulo - SP)
  • Pó mágico | Paulo Rossi (João Pessoa - PB)
  • Retrato Oco | PV Ferraz (Recife - PE)
  • Para Elza, memórias dos nossos afetos | Ulla von Czékus (Salvador - BA)
  • Viagem in-só-lita | Mariana Almada (Brasília - DF)
  • Navegantes da Paisagem | viviane piccoli (São Paulo - SP)

Palestras

  • “Fabricações poéticas do dispositivo fotográfico” | Dirceu Maués (PA)
    A fotografia pinhole, conhecida por sua simplicidade técnica e pela ausência de lentes, abre um vasto campo para a exploração de processos criativos. A partir de uma prática artística centrada na experimentação com dispositivos fotográficos, iniciada em 2003 com a construção e utilização de câmeras artesanais pinhole, esta apresentação propõe discutir a fotografia à luz dos conceitos de individuação, objeto técnico e invenção desenvolvidos por Gilbert Simondon.
  • “Arquivos Potenciais: ativar e imaginar novas visibilidades“ | Maria Vaz (MG)
    Qual é o potencial da imaginação, da fabulação e da criação em desafiar e expandir as visibilidades estabelecidas pelas narrativas oficiais? Como os acervos institucionais de um território podem ser apropriados e ativados e quais são as contribuições das artes visuais para a sua potencialização? Esta conversa é uma chamada à imaginação, à fabulação e à construção de novas narrativas e imagens desde os arquivos, ou do que lhes falta.

Sexta-feira (14/3)

Oficinas de Dirceu Maués (PA), Maria Vaz (MG) e Mitsy Queiroz (PE)

9h às 12h - No Mercado Eufrásio Barbosa (inscrições encerradas)

  • Fotografia Pinhole: da construção da câmera à prática fotográfica | Dirceu Maués (PA)
  • Abordagens críticas, anarquivismos e fabulações poéticas | Maria Vaz (MG)

14h às 17h - No Mercado Eufrásio Barbosa (inscrições encerradas)

  • Poéticas do Fracasso: processos experimentais em fotografia | Mitsy Queiroz (PE)


Projeções e Palestras de Erika Tambke (RJ) e Mitsy Queiroz (PE)

18h30 - No Mercado Eufrásio Barbosa (aberto ao público)

Projeções

  • lavagem de cabeça | Alex Hermes (Fortaleza - CE)
  • Ouricuri | Bruno Lira (Guarabira - PB)
  • Thalassa | GISA ARAUJO (São Paulo - SP)
  • Sem folha não tem Orixá | Leila Chandani (Salvador - BA)
  • Nossos horizontes | Aline Rodrigues (Fortaleza - CE)
  • Caderno de Inadequações | Fernando Jorge (Fortaleza - CE)
  • Hora de Voltar | Fernando Maia da Cunha (Fortaleza - CE)
  • domesticidade | Ana Elisa Novais (Mariana - MG)
  • A horse and a delivery man | Diego Oliveira (Anápolis - GO)
  • Rosa | Sonia Gouveia (São Paulo - SP)

Palestras

  • “Todo mundo tem uma história para contar” | Erika Tambke (RJ)
    A fotografia popular é um movimento que documenta espaços e eventos populares a partir de uma intimidade dos autores com seus temas. Desenvolver uma relação de confiança e cumplicidade com as pessoas retratadas é central como metodologia. A fotografia é um grande meio para se contar e viver uma história, porque a elaboração de ensaios fotográficos se impulsiona a partir de um aprofundamento de relações e emoções, o que incorpora camadas à narrativa. Não há pressa para se contar uma história, há muitas idas e vindas. Vamos falar desse processo e apresentar exemplos da fotografia popular.
  • “Quando a caixa da noite foi aberta” | Mitsy Queiroz (PE)
    Apresentação de um ensaio que entrelaça os saberes e a cosmologia da pesca artesanal com os processos criativos da fotografia analógica. Por meio de paisagens que evocam diferentes experiências do tempo, a reflexão percorre os fenômenos da espera como devir e as percepções sobre a imprevisibilidade das imagens — ou das criaturas — que emergem das profundezas dessa “caixa preta” que é o mar.

Sábado (15/03)

Expedição Fotográfica pelo Sítio Histórico de Olinda

10h às 12h – Com ponto de partida no Mercado Eufrásio Barbosa (aberta ao público, com lista de interesse para quem gostaria de receber avisos sobre roteiro).

  • Ciranda Fotográfica - Mercado Eufrásio Barbosa

16h às 18h – Apresentação das obras e votação popular.

  • A Fina Linha Vermelha da Rememoração | Ícaro Galvão (Recife - PE)
  • Retrato Oco | PV Ferraz (Recife - PE)
  • Inventário Botânico Afetivo | Karol Santiago (Caruaru - PE)
  • trajetórias aquáticas entre ident(c)idades – As fronteiras de gênero entre mergulho e respiro | ga olho (Brasília - DF, residente no Recife - PE)

Café Pequeno

Mercado Eufrásio Barbosa

18h às 21h – Anúncio da obra vencedora da Ciranda Fotográfica, projeção das imagens feitas por participantes da Expedição Fotográfica e outras atrações.

Para mais informações, acesse o site pequenoencontrodafotografia.com.

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