RESPOSTA | Notícia

Desafios do Recife: Prefeitura contesta dados do Mapa da Desigualdade do ICS e tem como referência o 'Índice de GINI'

Gestão enviou reposta à reportagem "Desafios do Recife: demandas do Recife são complexas e urgentes", do Jornal do Commércio, que citou dados do ICS

Por JC Publicado em 08/08/2024 às 13:52 | Atualizado em 30/08/2024 às 9:10

Em resposta à reportagem do JC "Desafios do Recife: demandas do Recife são complexas e urgentes", que utilizou dados do ranking do Mapa da Desigualdade, desenvolvido pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), a Prefeitura do Recife enviou uma nota para informar que considera como pertinentes os dados do índice GINI.

De acordo com o ICS, a cidade do Recife como é a segunda mais desigual do País - atrás somente de Porto Velho (RO).

Contudo, a gestão municipal afirma que o índice GINI é "considerado por vários organismos nacionais e internacionais como PNAD, IPEA e ONU, ao contrário do ICP".

Dentro do contexto das eleições municipais, a citada reportagem integra uma série sobre os Desafios do Recife para os próximos anos em diversas áreas, incluindo também habitação, segurança, educação, mobilidade, cultura, entre outras.

Confira a nota completa:

"A Prefeitura do Recife esclarece que o Mapa da Desigualdade entre as Capitais, realizado pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), faz uso de metodologia desenvolvida pelo próprio ICS, porém alerta que a principal referência nacional e internacional para a medição da desigualdade é o Índice de Gini, que avalia a desigualdade de renda em uma dada população. Nesse ponto, vale ressaltar que o Recife registrou a menor desigualdade desde 2012, saindo do 2o lugar para a sexta colocação, desde 2021. Utilizando-se os dados da (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) PNAD Contínua (IBGE) em sua versão anual, o Recife apresentou uma queda de 4% na desigualdade de renda em 2022 (o índice foi reduzido de 0,576 para 0,553). Também utilizando-se a PNAD contínua como referência, comparando os dados de 2021 com o último trimestre de 2023, vê-se que o Recife reduziu sua desigualdade em 6% (0,547).

A Prefeitura informa ainda que o Mapa da Desigualdade leva em consideração 40 indicadores provenientes de várias fontes que retratam o cenário de diversos anos do município, que estão defasados e variam entre 2013 e 2023. Ainda sobre a metodologia adotada para o ranking, as informações fornecidas pelo ICS no mapa são derivadas de uma técnica estatística única, o “desigualtômetro”. Segundo o Instituto, “O cálculo do desempenho geral considerou a classificação ou ranqueamento das capitais em cada um dos indicadores. Para esse propósito, foi adotado um sistema de pontos, no qual 26 pontos foram atribuídos ao primeiro lugar, 25 ao segundo e assim por diante. No entanto, quando duas ou mais capitais obtiveram o mesmo valor em determinado indicador, os pontos atribuídos foram ponderados”.

Porém o mapa não informa a variável adotada para cálculo de cada indicador, apontando somente a fonte de dados de forma ampla. A Prefeitura tentou localizar os documentos técnicos para a reprodutibilidade do cálculo que embasa o ranking das capitais e o método para ponderação, mas não identificou acesso público a qualquer nota metodológica que elucidasse o cálculo realizado."

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