Manguebeat 30 anos: Premiado documentário pernambucano tem sessão gratuita no Teatro do Parque
Documentário "Manguebit", de Jura Capela, resgata a efervescência dos anos 1990 e já passou por festivais de cinema de países como Espanha, EUA e Portugal

O premiado documentário "Manguebit", do diretor pernambucano Jura Capela, será exibido no Cineteatro do Parque, no Centro do Recife, nesta terça-feira (18), a partir das 19h. A entrada é gratuita, com ingressos distribuídos uma hora antes da sessão.
Dentro das comemorações dos 30 anos do manguebeat, a exibição será uma oportunidade para os pernambucanos assistirem a um filme que já passou por diversos festivais de cinema, a exemplo do In-Edit Barcelona (Espanha), Inffinito Brazilian Film Festival (EUA) e Porto/Post/Doc (Portugal).
"Manguebit" venceu o prêmios como Melhor Filme do 14º In-Edit Brasil- Festival Internacional do Documentário Musica e Melhor Montagem e Edição de Som do Festival Guarnicê de Cinema 2022.
O documentário conta a história de um dos mais importantes movimentos culturais das últimas décadas, o maguebeat, através de depoimentos de seus criadores, companheiros, herdeiros, produtores e músicos.
O êxito da produção é mais uma amostra de como o manguebeat continua mostrando sua atemporalidade em 2022. Neste mês, o álbum "Da Lama ao Caos" (1994), de Chico Science e Nação Zumbi, foi considerado o melhor disco da música brasileira dos últimos 40 anos por votação realizada pelo O Globo.
"Manguebit" mostra efervescência do Recife nos anos 1990
"Manguebit" foi exibido pela primeira vez no Recife em sessão no Cinema do Porto, no Bairro do Recife, em 31 de março. O longa reúne acervos e entrevistas que remontam à história da criação do movimento.
O filme começou a a ser montado por Jura Capela desde 2015. Em entrevista ao JC, o diretor contou que as exibições nos festivais foram "avassaladoras". "As pessoas que viram ficaram impactadas, muitas delas falaram que era um filme para ver dançando. Acho que trazemos essa memória do que foi a cidade do Recife."
"O filme tem um lado social importantíssimo, pois começou no Daruê Malungo. Fomos da cultura popular até o momento em que as bandas começaram a fechar contrato com as gravadoras. Temos Siba, Karina Buhr, Fábio Trummer, da Banda Eddie", contou.
"Passamos pelo bar Soparia, onde Roger de Renor era um mestre que reunia todo mundo. Também trazemos o olhar da MTV, que tinha acabado de chegar no Brasil. A MTV foi uma peça bem importante na divulgação do manguebeat no Brasil".
30 anos do manguebeat
O aniversário de três décadas do movimento, marcado pela publicação do texto "Caranguejos com Cérebro", em julho de 1992, também contou com outros produtos e eventos, como a Fenearte.
O produtor cultural Paulo André Moraes Pires lançou pela Cepe Editora o livro "Memórias de um Motorista de Turnês", trazendo, entre várias lembranças, sua experiência como empresário da Chico Science e Nação Zumbi nos anos 1990.
O FIG 2022 contou com uma apresentação do projeto Manguefonia, com músicos de bandas icônicas como Nação Zumbi (que anunciou pausa por tempo indeterminado), Devotos, Banda Eddie, Mundo Livre S/A, Mombojó, Mestre Ambrósio e Devotos do Ódio.