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Maria Casadevall vive heroína urbana no filme de ação 'Garota da Moto'

Longa-metragem reforça luta por espaço para o protagonismo feminino em filmes do gênero

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Cadastrado por

Márcio Bastos

Publicado em 23/09/2021 às 12:19
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O cinema de ação, no Brasil, costuma ter o gênero de seus protagonistas bem demarcados, sendo quase inteiramente protagonizados por homens. Garota da Moto, filme que estreia nesta quinta-feira (23) nos cinemas brasileiros, busca quebrar esses estereótipos e investe em outro tipo de representação da mulher nesse tipo de obra. Com Maria Casadevall no papel da protagonista Joana, uma mãe solo que se vê envolvida em uma trama perigosa após se posicionar contra uma injustiça.

No filme, Joana vive em São Paulo com o filho, após fugir de uma situação perigosa no passado. Na cidade, ela tira o sustento da família como motogirl. Desconfiada por natureza devido aos seus traumas, ela um dia é confrontada com um cenário de exploração de mão de obra feminina e um possível esquema de trabalho escravo. Joana opta por intervir no problema, sem ter ideia de que seu ato desencadearia um novo tormento para ela e seu filho. A protagonista acaba assumindo um papel de justiceira ou heroína urbana e utiliza sua sagacidade, coragem e também habilidades de luta para defender a si e aos outros.

Baseada na série homônima criada por David França Mendes e João Daniel Tikhomiroff, exibida em duas temporadas pelo SBT, Fox e Amazon Prime Video, a obra reúne no elenco, além de Casadevall, Kevin Vechiatto, Naruna Costa, Murilo Grossi, Roberto Birindelli, Felipe Montanari, Duda Nagle, Fernanda Viacava, Tiago Amaral e Thiago Freitas. O roteiro é assinado por David França Mendes.

Para o diretor Luis Pinheiro e a atriz, o fato de thrillers de ação e suspense protagonizados por mulheres ainda serem raros no Brasil foi um incentivo a mais para levar esta produção à frente. Para construir o longa, ele fez uma imersão na linguagem dos quadrinhos e do cinema de suspense, como Alfred Hitchcock e Brian de Palma. Ele acredita ainda que Garota da Moto pode gerar reflexões importantes, pois parte da perspectiva feminina.

"A Joana do filme representa quase essa mulher comum, só não é porque está nesse ambiente distópico, de uma São Paulo indeterminada, mas ela representa essa mãe solo que luta para preservar seu filho e sua família. Para nós Garota da Moto é uma metáfora de resistência para os dias de hoje. A Joana quando luta, não pode ver uma injustiça sem fazer nada, a gente pensa no nosso momento político. Até quando a gente vai aguentaar ver tanta barbaridade sem fazer nada?", refletiu o diretor Luis Pinheiro.

Maria Casadevall conta que estrelar uma obra de ação foi um desafio que a instigou e que para construir Joana buscou criar um trabalho singular de corpo e emocional.

"O desafio da Joana foi, como atriz e pessoa, não ter muita intimidade com o universo dos filmes de ação", pontuou em coletiva. "A gente foi criando coreografias na sala de ensaio e trazendo a dramaticidade para dentro da luta. Em que contexto dramático essa luta está inserido? Tudo isso pensando na credibilidade: não só as cenas de luta sendo bem feitas, mas qual Joana a gente apresenta."

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