Televisão

Sucesso de 'The Masked Singer Brasil' prova que o bizarro pode ser bom

Programa com cantores mascarados, exibido na Globo, fascina com sua premissa inusitada

Imagem do autor
Cadastrado por

Márcio Bastos

Publicado em 16/08/2021 às 16:25 | Atualizado em 16/08/2021 às 16:26
Notícia
X

Programas de competição musical são fenômenos mundiais há duas décadas. Do American Idol ao The Voice, franquias em que os talentos vocais (ou não) dos participantes passam pelo crivo de um jurado e do público, com adaptações, como audições às cegas. Dentro desse formato, talvez uma das ideias mais inusitadas — para não dizer surreais — é, sem dúvida, a do The Masked Singer, atração que já é um fenômeno em outros países e que chegou ao Brasil na última terça-feira, na Globo.

A premissa do programa é a seguinte: vestidos com fantasias extravagantes, como de unicórnios, cachorro-quente, uma flor, entre outras, famosos fazem apresentações semanais para o corpo de jurados formado por Taís Araújo, Simone, da dupla com Simaria, Rodrigo Lombardi e Eduardo Sterblicht. Enquanto as performances acontecem, eles tentam adivinhar quem está por trás dos personagens.

A dinâmica soa tosca (e é), mas funciona. A atração é divertida e já foi veiculada em mais de 40 países. No Brasil, ela é comandada por Ivete Sangalo, que segura bem o posto com o seu carisma. O time do programa é composto ainda por Camilla de Lucas, responsável por cobrir os bastidores.

Além de divertido já por sua estrutura, o The Masked Singer Brasil ainda mobiliza as redes sociais e o público do sofá com o mistério de quem está executando a performance. As cenas lembram um pouco a série Black Mirror e mostram que já estamos completamente absorvidos pela linguagem do reality show. Vale lembrar que recentemente também estreou na Netflix um programa de namoro no qual os participantes não sabem as identidades uns dos outros, escondendo-se atrás de fantasias de bichos e criaturas fantásticas.

Quanto ao The Masked Singer Brasil, a estreia foi promissora. O corpo de jurados interagiu bem e as apresentações ofereceram entretenimento que estava faltando à faixa de horário. Isso porque, semanas antes, o público já havia abandonado a nova versão do No Limite, que ficou aquém das expectativas. Nas redes sociais, só se falava no novo reality, o que também é uma atração à parte, já que a internet tem sido um complemento indissociável dos realities como Big Brother Brasil.

O primeiro eliminado do programa foi Sidney Magal, fantasiado como hot dog. Assim que ele começou a cantar, o público na internet logo identificou sua voz marcante. Outras duas candidatas que o público dá como certas são Priscilla Alcântara, como unicórnio, Sandra de Sá, como girassol, e Tiago Abravanel ou Babu Santana como astronauta.

Muita gente, inclusive, se pergunta a razão pela qual nomes conhecidos topariam participar de um programa tão pitoresco. A razão é simples: além da grande audiência (o programa chegou a 21 pontos, superando o recorde do No Limite e tendo o melhor número do horário nas últimas semanas), há também uma grande mobilização nas redes. Além do programa, os eliminados participam de outras atrações da Globo, o que aumenta o engajamento.

A premissa é a mesma utilizada no exterior, onde grandes nomes da música e de outras áreas (sim, porque não é necessário ser cantor para participar) já foram ao programa. Lendas como Chaka Khan e Dionne Warwick, que figuram entre as cantoras mais influentes de todos os tempos, já participaram de edições no exterior, assim como os irmãos Hanson, Kelly Osbourne, Michelle Williams, do Destiny's Child, Seal, Caitlyn Jenner, entre outros.

O programa, inclusive, poderia ter um aspecto melancólico, se estivesse ali para rir dos participantes. Não é o caso. Tanto os jurados quanto os participantes, assim como o próprio público, embarcaram na proposta lúdica e o resultado é surpreendentemente bom. O segundo episódio vai ao ar nesta terça-feira e ainda restam 11 participantes. Apostas feitas?

Tags

Autor