Através da comédia, filme 'L.O.C.A.' faz reflexão sobre relações abusivas
Longa é estrelado por Mariana Ximenes, Debora Lamm e Roberta Rodrigues e estreia dia 15 de agosto

O machismo que estrutura a sociedade brasileira se apresenta de muitas formas. Nos relacionamentos amorosos, suas consequências vão desde a esfera emocional até a física, como mostram os altos índices de violência contra a mulher e feminicídio no Brasil. O estigma em torno do tema ainda é grande e muitas das vítimas se sentem intimidadas a falar sobre o assunto. Em L.O.C.A, novo filme de Cláudia Jouvin (Um Homem Só), com produção de Carolina Jabor, um trio de mulheres resolve fazer justamente o contrário: abordar suas dores e tradições e se vingar dos seus algozes. O filme estreia no domingo (15), com exclusividade no streaming do Telecine e no Telecine Premium, às 22h.
Na trama, Manuela, Elena e Rebeca, vividas por Mariana Ximenes, Debora Lamm e Roberta Rodrigues, são mulheres com personalidades e vivências distintas, mas que unem forças ao se encontrarem na Liga das Obsessivas Compulsivas por Amor, a L.O.C.A. Atormentadas por suas relações abusivas, elas decidem tomar as rédeas da situação e dar um fim a seus relacionamentos tóxicos. Com muito humor, a trama oferece, através da ficção, possibilidades de redenção que nem sempre são dadas às mulheres chamadas de loucas por seus parceiros na vida real.
"A comédia, para além de tudo, tem uma função social e política muito forte porque normalmente vem disfarçada de despretensão, então ela atravessa o outro de uma forma onde ela pega o espectador desprevenido", pontuou Debora Lamm em coletiva. "É uma das nossas ferramentas de revolução e é uma arte muito requintada. Já fomos chamadas de louca todos os dias. Quando você não tem argumentos contra a mulher, você chama de louca. Espero que mude. Estamos fazendo esse trabalho para isso também."
Além do trio de atrizes, no elenco está Fábio Assunção, que interpreta Carlos, um professor que se envolve com Manuela; Erico Brás como Jorge, que vive um romance com Rebeca; e Luis Miranda, que dá vida ao motorista Edson, marido de Elena.
"Admiro muito quem faz comédia porque acho que é uma das coisas mais difíceis a se fazer e é um bálsamo acolhedor para esses tempos tão difíceis. Através da comédia, do lúdico, você pode falar das coisas mais difíceis. Paulo Gustavo fazia isso como ninguém. Trago ele porque é um símbolo da comédia e do cinema brasileiro. E no tempo que existe o incêndio da Cinemateca, que estão queimando as nossas memórias, e a gente podendo estar estreando um filme neste período tão conturbado da cultura, é uma dádiva", reflete Mariana Ximenes, reforçando que o filme provoca tanto entretenimento quanto reflexão.
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