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Netflix lança série que traz a modificação genética como grande destaque

Ambientada na Alemanha, Biohackers busca mostrar o dilema da moralidade com a ilegalidade, em um laboratório que cientistas planejam tornar "Deus obsoleto"

Daniel Ferreira
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Daniel Ferreira
Publicado em 07/10/2020 às 12:30 | Atualizado em 08/10/2020 às 14:29
MARCO NAGEL/NETFLIX
APRENDIZES Experiências com a biologia brincam com limites éticos da ciência - FOTO: MARCO NAGEL/NETFLIX

Imagine um mundo onde ninguém nasce com doenças genéticas. Quem por acaso viesse a ter, encontraria a cura no laboratório mais próximo. Perfeito, não é? Esse sonho está próximo de se tornar realidade na mais nova produção alemã da Netflix, Biohackers, lançada no último dia 20 de agosto. Nela, a doutora e geneticista vivida por Jessica Schwarz, Tanja Lorenz, busca soluções para deixar o mundo melhor e livre de patologias. Mas, para isso, ela está disposta a fazer qualquer coisa.

A série acompanha a jornada da estudante Mia Akerlund, interpretada pela atriz Luna Wedler, que consegue ingressar na renomada faculdade de medicina na Universidade de Friburgo. Lá, ela passa a acompanhar e se dedicar ao biohacking, campo que, como o próprio nome diz, mistura o ramo da biologia com o ato de hackear. Será possível entrar no organismo e alterar algumas funções, acrescentando o que antes não estava ali e tirando o que prejudicava o pleno funcionamento? Os seis episódios da primeira temporada nos darão uma breve noção disso.

Acontece que o interesse de Mia vai além de sua paixão pela ciência. Ela quer descobrir um segredo do passado que mudou completamente a sua vida e acredita que Tanja possa lhe fornecer as respostas, por mais assustadoras que elas possam parecer. Para se aproximar ainda mais da doutora e professora, Akerlund passa a se envolver com o pupilo da docente, o estudante Jasper, encarnado por Adrian Jullius Tillmann, que aparentemente também é cercado de mistérios.

A série explora não só a modificação genética em humanos, mas traz animais e plantas exóticas para o público admirar. Já no começo, um rato neon que brilha no escuro surpreende os espectadores, que, sem dúvidas, devem se questionar se isso é de fato possível. Plantas que também possuem uma coloração diferenciada são cuidadosamente ministradas pela personagem e colega de apartamento de Mia, Chen-Lu, feita pela atriz Jing Xiang.

Além de Chen-Lu, a protagonista divide moradia ainda com a rica e acessível Lotta, por Caro Cult e com o estabanado Ole, papel de Sebastian Jakob Doppelbauer, que vez ou outra é visto implantando chips e imãs improvisadamente em si, por meio de pequenas cirurgias caseiras. Personalidades tão diferentes vivendo no mesmo teto? Tudo para dar errado. Só que não. O trio é responsável por ajudar Akerlund em algumas ocasiões, inclusive na mais crítica da série - sem spoiler!

Outra figura essencial para a construção da narrativa é o jovem e sisudo Niklas, melhor amigo de Jasper e interpretado por Thomas Prenn. Preenchendo a cota de estudante de humanas, ele vai mostrar-se muito além de um rostinho bonito e sério. Extremamente observador, de besta ele não tem nada. Descobrir e acobertar segredos é com o próprio.

Não assuste-se com a primeira cena. Pessoas isoladas no mesmo ambiente e sendo afetadas por algo invisível, condiz bastante com a nossa situação atual. Esse, inclusive, foi o motivo de terem adiado o lançamento da série, que estava previsto para abril. Mas, sinceramente? De pandemia não tem nada. De fato, envolver-se numa área que envolve fatores éticos, morais e, acima de tudo, legais, talvez possa ter o seu “Q” de doença. Só que não é a COVID-19.

Após o fim do sucesso Dark, a Netflix carecia de conteúdo alemão. Aparentemente, apesar de serem os carros-chefe da plataforma, os produtos norte-americanos não serão mais exclusividade. O Brasil, inclusive, está entrando na onda e cada vez mais ganhando notoriedade no site que atinge o mundo todo. Idealizada por Christian Ditter, a série que em uma de suas falas afirma ser capaz de tornar “Deus obsoleto”, já tem a segunda temporada confirmada. Aguardemos (ou não) o desfecho.

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