Acidentes domésticos: saber como agir pode salvar vidas

Enfermeira destaca primeiros socorros essenciais para o ambiente doméstico e orienta quando chamar a emergência

Por Maria Clara Trajano Publicado em 23/10/2025 às 15:59

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Acidentes domésticos são mais comuns do que se imagina e, muitas vezes, acontecem em segundos. Queimaduras, cortes e engasgos estão entre as ocorrências mais frequentes dentro de casa, e saber como agir pode fazer toda a diferença.

A professora Jussara Lisboa, coordenadora do curso de enfermagem da Cruzeiro do Sul Virtual, alerta para a importância de ter noções básicas de primeiros socorros.

“Ter conhecimento inicial de primeiros socorros é essencial, pois saber como agir diante de uma emergência pode evitar complicações graves, reduzir riscos de morte e minimizar possíveis sequelas. Esse preparo básico oferece mais segurança para lidar com situações inesperadas dentro de casa”, afirma a docente.

Os acidentes mais comuns e como agir

De acordo com Jussara, as famílias devem estar especialmente atentas a três tipos de acidentes domésticos:

  • Queimaduras: podem ocorrer com líquidos quentes, vapores ou objetos térmicos. O primeiro passo é resfriar a área com água corrente fria;
  • Hemorragias: provocadas por cortes com objetos afiados. É essencial estancar o sangramento com compressão direta;
  • Engasgos: mais comuns entre crianças e idosos. Nesses casos, a manobra de Heimlich é fundamental para desobstruir as vias aéreas.

“Estar preparado para lidar com essas situações pode fazer toda a diferença até que o socorro profissional chegue”, reforça a especialista.

O que deve ter no kit de primeiros socorros

Montar um kit doméstico bem equipado é outra medida indispensável. Segundo a docente, os itens básicos incluem:

  • Higiene e antissepsia: soro fisiológico, álcool 70%, antissépticos tópicos e água oxigenada;
  • Curativos: adesivos de vários tamanhos, gazes estéreis, esparadrapo, ataduras e faixas elásticas;
  • Instrumentos: tesoura sem ponta, pinça, termômetro, luvas descartáveis, máscaras, bolsa térmica de gel e um manual de primeiros socorros.

A professora alerta, porém, para os erros mais comuns:

“É fundamental evitar o uso de produtos não esterilizados, medicamentos sem orientação médica ou a aplicação de substâncias caseiras em ferimentos, pois isso pode agravar a situação.”

Quando agir e quando chamar ajuda

Em emergências domésticas, a aplicação rápida e correta dos primeiros socorros pode ser decisiva, principalmente em quedas com fraturas, cortes profundos, queimaduras graves, engasgos, crises alérgicas, convulsões ou paradas cardiorrespiratórias.

Ainda assim, é essencial saber quando acionar o SAMU (192) ou os Bombeiros (193). A ligação deve ser feita imediatamente quando:

  • a vítima está inconsciente ou não responde a estímulos;
  • há dificuldade para respirar ou sinais de asfixia;
  • o sangramento é intenso e não estanca com compressão;
  • a queimadura é extensa, profunda ou envolve face e genitais;
  • há suspeita de fratura exposta ou trauma craniano;
  • há dor forte no peito, suspeita de infarto ou AVC;
  • a convulsão é prolongada ou repetitiva;
  • há reação alérgica grave com falta de ar ou queda de pressão.

“Nessas situações, tentar resolver sozinho pode colocar a vida da pessoa em risco. O ideal é manter a calma, aplicar os primeiros socorros básicos e chamar ajuda profissional imediatamente, informando com clareza o que está acontecendo e seguindo as orientações dos atendentes”, conclui Jussara.

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