Disco

Teremim é instrumento solo em disco do DJ Gaudi

ICriado pelo russo Leo Theremin há um século, o teremim foi usado pelos Mutantes e Beach Boys

Imagem do autor
Cadastrado por

JC

Publicado em 13/08/2020 às 11:25 | Atualizado em 13/08/2020 às 11:27
Notícia
X

Inventado pelo russo Leo Theremin há cem anos, o teremim seria o instrumento apropriado pra uma época de distanciamento social. Ele funciona pela reação a campos magnéticos, captado por antenas, sem que seja necessidade de contato. Basta mover as mãos sobre o teremim, e ele emite sons, graves ou agudos, dependendo do movimento que se faça. O "seria", porque o primeiro instrumento eletrônico tem muitas limitações, Acabou servindo para criar efeitos sonoros especiais nos filmes de ficção ou horror nos anos 50. Sons que se tornaram estereótipos para sons espaciais, que indiretamente foi influência para muita banda de rock progressivo, ou o chamado space rock.

O teremim a partir dos anos 60 foi usado no rock. Entre os grupos que se valeram do teremim está os Mutantes, na música 2001 (Tom Zé/Rita/Lee), ou os Beach Boys, em Good Vibrations, o pop épico de Brian Wilson. Agora o produtor e DJ Gaudi, italiano baseado em Londres, é autor da proeza de fazer um disco inteiro que tem o teremim como protagonista; 100 years of theremin (The Dub Chapter), um repertório de roots reggae. Com Gaudi estão cinco grandes produtores do dub, Mad Professor, Adrian Sherwood, The Scientist, Dennis Bovell e Prince Fatty.

Gaudi é um especialista no teremim, que usa em vários dos seus mais de 20 álbuns, Mas em determinadas faixas, nunca num disco inteiro, feito nesta celebração ao centenário instrumento, descoberto por Leo Theremin por acaso quando criava um alarme de proteção contra roubo. Ele não era músico, e sim cientista. Foi também espião russo, segundo dossiê da CIA. Mas acabou preso ao voltar para a Rússia e enviado para um dos lugares mais frio da Sibéria.
Gaudi reveza parcerias ao longo das onze músicas do disco. 100 Years of Theremin (The Dub Chapter), é no mínimo curioso, em certos trechos um pouco monótono, até porque reggae roots é por si mesmo repetitivo, garante-se com boas melodias, era nisto que Bob Marley destacava-se dos outros regueiros. Mas é uma façanha difícil, que merece se conferida. Gaudi aponta mais caminhos para o uso do teremim.

 

 

Tags

Autor