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Muhammad Ali, ou Classius Clay, boxeador e cantor de sucesso

Em 1964, uma versão de Stand By Me chegou às paradas na voz do campeão dps pesados pesados

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José Teles

Publicado em 28/04/2020 às 23:44 | Atualizado em 29/04/2020 às 0:02
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Por volta de 1973, John Lennon compôs I’m The Greatest (Eu Sou O Maior), mas preferiu não gravá-la, passou para Ringo. Com a sinceridade de sempre, explicou que se ele, Lennon, cantasse a música poderiam levar a serio. Já com Ringo Starr, não teria problema. I’m The Greatest, por sinal, é a última gravação em que estão os quatro Beatle numa mesma música, embora não no mesmo estúdio.
I’m the Greatest era o bordão do boxeador Muhammad Ali, quando ainda se usava seu nome de batismo. Cassius Marcellus Clay, ao contrário de Lennon, queria que achassem ele o maior. Antes de tomar o cinturão de campeão dos pesos pesados de Sonny Liston, ele gravou um álbum com o título de I’m the Greatest, com selo Columbia. Autoconfiança era como Cassius Marcellus. O LP foi considerado pouco mais de uma curiosidade, uma “noveltie”.
Depois que ele mandou Liston à lona, e tornou-se o boxeur mais famoso do planeta, a gravadora pinçou duas faixas do disco e lançou um compacto simples. No lado A, I’m the Greatest, no lado B, Stand by Me (que John Lennon gravaria dez anos depois. Curioso, pois não?).
As duas músicas chegaram ao paradão da Billboard, embora não tenham subido muitos degraus. A bem da verdade, I’m the Greatest é só Cassius Clay proferindo bravatas. Em Stand By Me (de Ben E King), ele canta e razoavelmente bem. Ou pelo menos bem melhor do que Pelé, que perpetrou alguns discos no final dos anos 60, começo dos 70.

NOS RINGUES
O bufão Cassius Clay, se politizaria, adotaria o nome muçulmano de Muhammad Ali, se recusaria a servir no Vietnã, perderia o título, e seria um dos símbolos de luta pela igualdade e liberdade nos EUA na década de 60. Depois de quase quatro anos fora dos ringues. Muhammad Ali voltou a lutar, mas mudara o boxe e mudara ele, fisicamente. Embora tenha recuperado o título duas vezes, e o perdido outras tantas, ele estava mais para o patético boxeador Rocky Balboa, do que o “Eu sou o Maior” da década anterior. Se tivesse parado nos anos 60 seria um mito muito maior do que era considerado quando faleceu em 2016, aos 74 anos.

 

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