
Paulo Vanzolini, falecido ontem, domingo, em São Paulo, foi compositor de uma obra pequena e personalissima. Apenas duas de suas composições fizeram sucesso, dois clássicos, por sinal:
Ronda, lançada por Inezita Barroso, como lado B do 78 rotações cujo lado A tem a
Moda da Pinga (1953), e
Volta por cima, por Noite Ilustrada (1962).
Porém quase a totalidade da obra de Vanzolini é antológica. A maioria pequenas crônicas, bem-humoradas, de dramas pessoais, que poderiam acontecer com qualquer um:
Chorava no meio da rua,
Cravo branco,
Falta de mim,
Praça Clóvis,
Quando eu for, eu vou sem pena. Vanzolini foi gravado por Bethânia, Chico Buarque, Márcia, Carlinhos Vergueiro, Berth Carvalho, e muita gente boa.
Foi adaptador de
Cuitelinho, música do folclore do Centro-Oeste, que recebeu quase tantas regravações quanto Ronda, e colocou letra no clássico chorinho de Waldir Azevedo,
Pedacinho de céu. Lançada pela Biscoito Fino, em 2002, a caixa
Acerto de contas, com quatro CDs, reúne a obra quase inteira de Paulo Vanzolini.
Biólogo renomado, com curso em Harvard, Vanzolini fazia música por prazer, para ele mesmo cantar em mesa de bar com os amigos.
Ronda, por exemplo, foi composta em 1945, quando ainda estudante. A maior surpresa que teve na vida foi quando voltou de uma viagem de trabalho ao Amazonas, e descobriu que um samba seu, gravado por um tal de Mario, estava nas paradas do Rio e São Paulo (depois no país inteiro).
O samba era
Volta por cima, e o tal Mario, de nome completo Mário Sousa Marques Filho, que ficou conhecido por Noite Ilustrada (1928/2003).
Confiram Paulo Vanzolini, no programa
Provocações, comentando sobre sua música mais famosa,
Ronda:
http://www.youtube.com/watch?v=ZeeKRLJKDt0