Como a arritmia pode afetar homens e mulheres de formas distintas
Doença considerada 'silenciosa' acomete homens e mulheres de maneira distinta devido fatores como estresse e quadros de saúde; entenda
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Considerada por muitos especialistas como uma doença silenciosa, a arritmia cardíaca atinge cerca de uma em cada três pessoas no mundo, segundo dados da Associação Europeia de Ritmo Cardíaco. O distúrbio, que provoca alterações no ritmo das batidas do coração, pode surgir por diferentes motivos - do envelhecimento populacional ao estresse cotidiano - e exige atenção redobrada diante de sintomas que muitas vezes passam despercebidos.
Além dos fatores comuns, é importante observar que a arritmia se manifesta de formas diferentes em homens e mulheres, o que interfere tanto no diagnóstico quanto nas estratégias de tratamento.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Science Advances, corações biologicamente femininos respondem de maneira distinta à noradrenalina, hormônio relacionado à resposta do corpo ao estresse. Essa diferença pode impactar diretamente a ocorrência e o comportamento de distúrbios cardíacos, como a arritmia.
O cardiologista Matheus Miller, do Hospital Jayme da Fonte, explica que arritmias podem se dar de algumas maneiras. "Taquiarritmia ou taquicardia, quando o coração bate rápido demais; bradiarritmia ou bradicardia, quando as batidas ficam mais lentas. Algumas arritmias cardíacas, principalmente as taquicardias supraventriculares (a mais frequente em nosso meio), ocorrem mais em mulheres e principalmente durante o período da menopausa (por fatores hormonais)", elenca.
Arritmia em homens x mulheres
Enquanto as mulheres tendem a apresentar mais casos de taquicardias supraventriculares, como a paroxística e a taquicardia atrial, além da síndrome do QT longo, os homens são mais afetados por taquicardias ventriculares, fibrilação atrial e bradiarritmias.
Essas distinções reforçam a necessidade de um acompanhamento personalizado, já que o sexo biológico influencia tanto o tipo de arritmia quanto a resposta aos tratamentos.
"No geral, o tratamento de arritmias em mulheres, assim como em homens, pode envolver medicamentos, mudanças no estilo de vida, procedimentos para implantar dispositivos cardíacos e procedimentos médicos. As opções específicas dependem do tipo e da gravidade da arritmia, além de considerar fatores individuais de cada paciente, inclusive considerando o sexo", explica o cardiologista Matheus Miller.
Quando procurar o médico
A arritmia pode se manifestar de forma leve ou grave. Além disso, em alguns casos, pode não apresentar sintomas. No entanto, é essencial procurar um especialista diante de sinais como:
Palpitações (sensação do coração batendo forte ou irregular);
- Tontura ou desmaio (síncope);
- Falta de ar (dispneia);
- Dor ou desconforto no peito;
- Alterações de pressão arterial, tanto alta quanto baixa.
O diagnóstico precoce é determinante para evitar complicações graves, como acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca e até morte súbita.
Tratamento e hábitos contra a arritmia
O tratamento para arritmia pode envolver uso de medicamentos, mudanças no estilo de vida e procedimentos médicos, como o implante de marcapassos ou desfibriladores, além da ablação por cateter. Segundo Matheus Miller, pacientes diagnosticados devem adotar medidas como:
- Alimentação equilibrada e controle de peso;
- Prática regular de atividade física;
- Gestão do estresse emocional;
- Sono de qualidade;
- Acompanhamento médico periódico.
"Se não tratada adequadamente, as arritmias podem levar a consequências irreversíveis, como piora da qualidade de vida e prejudicar atividades básicas diárias, predispor a condições como insuficiência cardíaca congestiva, ser gatilho para fenômenos como acidente vascular encefálico e infarto, e por fim, morte súbita e parada cardíaca", alerta ainda.
Hospital Jayme da Fonte
O Hospital Jayme da Fonte, localizado no bairro das Graças, Zona Norte do Recife, dispõe de uma equipe multidisciplinar de cardiologistas, infraestrutura moderna e tecnologia de ponta para diagnóstico e tratamento de doenças cardiológicas.