Alepe aprova projeto para combater falsificação de bebidas alcóolicas em Pernambuco

Durante votação nesta quarta-feira (15), foi aprovado o substitutivo da lei referente ao uso de metanol em bebidas adulteradas

Por Anaís Coelho Publicado em 15/10/2025 às 17:51 | Atualizado em 15/10/2025 às 23:17

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A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou, na tarde desta quarta-feira (15), o projeto de lei que endurece as medidas contra a adulteração de bebidas. A medida teve urgência na casa devido aos casos de intoxicação por metanol que se espalharam pelo país. 

A proposta foi aprovada em primeira e segunda discussão, no mesmo dia, e segue para sanção da governadora em exercício Priscila Krause. 

O deputado do PL, Alberto Feitosa, comemorou a aprovação do projeto. "O primeiro estado da federação a responder a este absurdo, de ver pessoas com um único propósito de auferir lucros."

Metanol em bebidas adulteradas

O substitutivo da lei determina a responsabilização dos fornecedores de bebidas em casos de intoxicação.

Então, caso o consumidor sofra algum dano à sua saúde por causa da bebida adulterada, os fabricantes, distribuidores, importadores e armazenadores serão responsabilizados, independente da comprovação de dolo ou negligência.

De acordo com o texto, os casos suspeitos ou confirmados de intoxicação serão encaminhados à Secretaria de Saúde de Pernambuco e à Polícia Civil.

Além disso, deve ser criado um protocolo de atendimento específico, com a aquisição dos antídotos para o tratamento.

A norma também determina que os estabelecimentos que produzem ou vendem bebidas vão ter que comprovar a origem dos produtos e os fornecedores deverão apresentar laudos que garantam que não há substâncias tóxicas.

Deputado que votou pela aprovação propõe "aprimoramento do texto" e diálogo com setor de restaurantes e comércio

Apesar de ter votado a favor do Projeto de Lei, o deputado Renato Antunes (PL) defendeu um diálogo com o setor de restaurantes e comerciantes para a regulamentação da medida. 

O parlamentar reconheceu a importância da matéria para responder às ocorrências de bebidas adulteradas, mas propôs uma "contribuição técnica para aprimoramento do texto", em especial sobre a emissão de laudos laboratoriais, pedidos no projeto aprovado.

"A lei é importante, ela requer urgência, mas esse artigo da lei, de exigência de laudo técnico, tem que ser exclusivo de quem produz, mas não de quem comercializa", disse Renato.

O deputado também defendeu que os representantes do setor possam participar das discussões sobre a regulamentação da norma, com objetivo de "fortalecer a efetividade da medida" e "evitar distorções" que poderiam eventualmente comprometer pequenos negócios que atuam de forma legal.

"O combate ao metanol é urgente, mas ele precisa ser estruturado com responsabilidade e diálogo com quem conhece a ponta do sistema", afirmou.

Edital polêmico

A lei veio após o edital do concurso unificado do Estado ser publicado sem prever vagas com cotas raciais. Havia reserva de vagas apenas para PCDs.

Diante das reclamações e pressão política, a governadora, Raquel Lyra (PSD), suspendeu o edital para refazê-lo com base na nova legislação de cotas raciais, o que deve acontecer em breve..

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