Adeus, coceira: saiba como os alimentos podem ajudar no combate à candidíase de repetição
Infecção causada pelo desequilíbrio da microbiota vaginal pode ser controlada com ajustes na dieta, que fortalecem a imunidade e reduzem crises

Clique aqui e escute a matéria
A candidíase vulvovaginal recorrente, conhecida como candidíase de repetição, é uma infecção fúngica comum que afeta milhões de mulheres em todo o mundo.
Os sintomas mais frequentes — coceira, ardência ao urinar e corrimento esbranquiçado — costumam aparecer quando a imunidade está baixa ou a alimentação perde o equilíbrio.
O que causa a candidíase de repetição
O quadro é provocado pelo supercrescimento do fungo Candida albicans, que se aproveita do desequilíbrio da microbiota vaginal.
Normalmente, essa flora é protegida por bactérias benéficas, como os Lactobacillus, mas fatores como uso frequente de antibióticos, diabetes descontrolada, estresse, alterações hormonais e baixa imunidade podem favorecer a infecção.
Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), 75% das mulheres terão pelo menos um episódio da doença ao longo da vida. Dessas, cerca de 5% enfrentarão três ou mais episódios por ano, caracterizando o quadro recorrente.
Alimentação como aliada no controle
De acordo com a nutricionista Camylla Pedrosa, especialista em emagrecimento feminino, a alimentação desempenha um papel estratégico na prevenção das crises.
“Adotar uma alimentação rica em fibras, probióticos e alimentos antifúngicos (alho, orégano e gengibre), enquanto se evita açúcares, farinhas refinadas, alimentos ultra processados, embutidos, álcool e carne vermelha, ajuda a equilibrar a microbiota intestinal e fortalecer o sistema imunológico. São fatores que, indiretamente, atuam na prevenção das crises”, explica.
Entre os alimentos indicados estão:
- Vegetais sem amido (brócolis, couve-flor, espinafre), que fornecem fibras e antioxidantes;
- Frutas com baixo teor de açúcar (maçã, pera, frutas vermelhas), preferencialmente consumidas inteiras, com casca e bagaço;
- Fontes de gorduras boas (azeite de oliva, abacate, óleo de coco e sementes), que ajudam a modular a inflamação.
Camylla reforça que as frutas devem ser combinadas com fibras, proteínas ou gorduras boas, para evitar picos de glicemia. “Evite sucos, que concentram o açúcar sem a presença das fibras naturais”, orienta.
Saiba como assistir aos videocasts do JC
O papel das gorduras boas e especiarias
O óleo de coco se destaca por conter ácido láurico e ácido caprílico, compostos de ação antifúngica, que podem ajudar no controle da candidíase quando incluídos em uma alimentação equilibrada.
Ervas e especiarias como alho, gengibre, cúrcuma, orégano e canela também oferecem propriedades antifúngicas e anti-inflamatórias.
“Quando aquecidas no preparo, muitas dessas substâncias ficam ainda mais biodisponíveis, facilitando a absorção pelo organismo”, acrescenta a nutricionista.
Imunidade fortalecida, crises reduzidas
Além de reduzir a frequência da candidíase, uma dieta variada e rica em fibras contribui para fortalecer a barreira intestinal, melhorar a absorção de nutrientes e aumentar a diversidade da microbiota. Esses fatores, em conjunto, ajudam a manter o equilíbrio contra o crescimento excessivo da Candida.
“Quanto mais diversa for a alimentação e maior o consumo de alimentos fermentados e fibras, melhor será a regulação do organismo, com reflexos diretos na saúde íntima da mulher”, conclui Camylla Pedrosa.