Artrose no pé e tornozelo: dor e rigidez podem indicar condição que limita a mobilidade
Degeneração da cartilagem afeta principalmente idosos e pessoas com histórico de lesões; conheça os sinais de alerta e formas de tratamento

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Subir um degrau, calçar os sapatos ou até mesmo caminhar curtas distâncias pode se tornar um desafio para quem desenvolve artrose nos pés e tornozelos, condição degenerativa e inflamatória que compromete a cartilagem responsável por proteger e amortecer os ossos das articulações.
Embora seja mais conhecida por atingir joelhos e quadris, a artrose também pode afetar os membros inferiores e limitar drasticamente a mobilidade, especialmente entre idosos ou pessoas que sofreram lesões articulares.
“A artrose do pé e tornozelo pode surgir tanto pelo envelhecimento natural da cartilagem quanto como consequência de traumas, como entorses, fraturas ou lesões mal curadas. O paciente começa a sentir dor, inchaço, rigidez e, com o tempo, percebe uma limitação funcional importante”, explica o ortopedista Fernandes Arteiro, especialista em cirurgia do pé e tornozelo.
Efeito dominó no corpo
Com o avanço da doença, o corpo tende a adaptar o modo de caminhar para reduzir a dor, o que pode gerar desequilíbrios em outras articulações. “A artrose no pé pode afetar a marcha. A pessoa passa a andar de forma diferente, o que pode sobrecarregar outras articulações como joelhos, quadris e coluna. É um efeito dominó”, alerta o médico.
Por isso, é fundamental estar atento aos sinais de alerta, mesmo que a dor seja inicialmente discreta:
- Dor persistente no pé e/ou tornozelo;
- Rigidez articular;
- Inchaço e sensação de calor na articulação;
- Diminuição da amplitude dos movimentos;
- Estalos ou “crepitação”;
- Deformidade, nos casos mais avançados.
“A artrose pode ser silenciosa no início, mas com o tempo se torna extremamente limitante. Por isso, é fundamental procurar ajuda médica ao primeiro sinal de desconforto contínuo na região”, reforça Fernandes Arteiro.
Fatores de risco
- Envelhecimento natural;
- Ser mulher, especialmente após os 50 anos;
- Sobrepeso ou obesidade;
- Histórico familiar de artrose;
- Lesões articulares anteriores.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito com avaliação clínica e exames de imagem, como radiografia e ressonância magnética. Já o tratamento depende do estágio da artrose. Em fases iniciais, é possível controlar os sintomas com:
- Fisioterapia;
- Mudança no estilo de vida;
- Medicamentos para dor e inflamação;
- Uso de órteses e calçados adequados.
Quando esses métodos não são suficientes, a intervenção cirúrgica pode ser considerada.
“A artroscopia é uma técnica minimamente invasiva, feita por pequenos furos, que permite corrigir estruturas comprometidas, proporcionando uma recuperação mais rápida e menos dolorosa. Em casos mais graves, podemos indicar a substituição da articulação por uma prótese de tornozelo, que devolve conforto e mobilidade ao paciente”, afirma o especialista.